O que esperar de uma banda de 40 anos de estrada, onde seus integrantes facilmente passam dos 60 anos e que ultimamente começou a aparecer nos noticiários com possíveis brigas internas, propostas para substituição de vocalista e problemas com drogas? Que a idade e a experiência só fizeram bem a banda! Sim, eu acredito que com o que eu vinha escrevendo vocês acharam que eu diria algo ao contrário, mas é que com o show de sábado no Parque Antártica, não tem como duvidar que a idade só fez bem aos integrantes da banda. Num primeiro momento, olhando para a multidão que se encontrava nos entornos do estádio, era fácil descobrir que a banda era longeva, dado o range de idade das pessoas que por lá se encontravam.
Sem quaisquer problemas, pude adentrar ao estádio por volta da 20:30h. Sim, não tinha o mínimo saco pra assistir a uma apresentação de uma pseudo banda emo intitulada Cachorro Grande e portanto quando cheguei eles já estavam quase que de saida. Ponto positivo, a noite começara bem!
Passava pouco das 21:30h quando uma enorme bandeira com o símbolo da banda cobriu o palco e as luzes se apagaram. Começava então a entrada avassaladora de "Eat the Rich" e o prenúncio do que viria nesta noite. Com muita pegada e disposição a banda tocava alianda sua refinada técnica a muito carisma. Figurino espalhafatoso de Steven Tyler? Presente. Lenços amarrados ao redor do pedestal do microfone? Presente. Performance impecável, voz aguda e resgada, Joe Perry e sua guitarra bad boy ou ainda Steven Tyler tocando gaita? Presente, presente, presnete e presente!! Até uma calcinha atirada por alguma fã mais fervorosa se tornou ornamento no pedestal do microfone de Perry, brincadeira feita por Tyler sem qualquer cerimônia.
Pontos altos da noite, "Love in a Elevator", "Dream On", "Falling in Love" e "Sweet Emotion" dentre muitas outras, a banda continuou destilando seu rock n'roll sem aparentar quaisquer problemas de relacionamento ou internos. Ao menos no palco eles conseguem por tudo de lado. E justamente a química que existe entre os integrantes era o que mais impressionava.Com direito a Perry num duelo contra seu "eu virtual" numa disputa de "Guitar Hero". Sensacional! Ainda com um solo de batera, com direito ao uso de apenas as mãos (isso mesmo, sem as baquetas) a galera ia ao delírio. E a pegada continuou até o final, com muito blues e rock n'roll característicos das muitas facetas do Aerosmith.
Com o final do show veio a sensação de ter assistido a um grande show de rock, talvez um dos melhores de minha vida até hoje e com a certeza de que tem valido a pena "investir" nas bandas que eu curto a muito tempo em detrimento destas aparições da cena musical de hoje em dia.
Vida longa ao rock n'roll!!