Final de semana normalmente é dia de descanso, de sair, enfim, de espairecer do dia a dia tenso de trabalho e de tudo em geral. É o dia universal também de se alugar um bom filme, coisa que eu não fazia a muito tempo. Motivado por uma conversa com meu irmão no último final de semana em que estivemos visitando sua nova nem tão nova assim casa em Atibaia, resolvi alugar um filme que uniria bem alguns assuntos que tenho tido interesse ultimamente: vinhos e as crises da meia idade do homem (afinal cheguei a meus 30 anos). E o filme do qual irei falar hoje é Sideways, do diretor e roteirista Alexandre Payne e que conta com Paul Giamatti e Thomas Haden Church como protagonistas.
A história é bem simples. O diretor nos convida a conhecer de perto dois amigos com personalidades totalmente distintas: o amargurado degustador de vinhos Miles (interpretação impecável de Paul Giamatti, que injustamente não foi indicado ao Oscar de melhor ator) e o ator boa-vida Jack (interpretado muito bem por Thomas Haden Church, que foi indicado ao Oscar de coadjuvante pelo papel). Miles é o típico divorciado inconformado, depressivo e que nem ao menos consegue implacar um livro no qual vem trabalhando nos últimos 3 anos de sua vida, enquanto Jack está prestes a se casar e em uma semana saí em viagem com Miles pra comemorar uma despedida de solteiros. A partir dai, a viagem foge um pouco do planejado e diversas novas situações vão aparecendo que em conjunto com os vinhos vão criando metáforas para a vida de uma forma geral.
É verdade que as aparêcias enganam e que o ator interpretador por Church não é assim tão famoso e teve apenas algumas participações em seriados televisivos mas mesmo assim ele se usa deste fato para tentar conquistar toda e qualquer mulher disponível no pedaço (mesmo estando as vias de se casar). Estaria ele em dúvida quanto a seus sentimentos e/ou ao ato que irá consumar após a viagem? Da mesma forma que Giamatti e seu amargurado personagem que não consegue superar o divórcio recente (bem, me parece que 2 anos não é algo assim tão recente) e não consegue se portar a frente de outras mulheres e usa o vinho para fugir da realidade e lidar com suas crises de meia idade. Afinal de contas, seu personagem se acha um fracassado por estes motivos e ainda mais por ser apenas um professor ginasial que teria disperdiçado 3 anos de sua vida em um livro que não irá ser publicado.
Os cenários do filme são um show a parte e a viagem enológica por algumas vinícolas californianas é de dar inveja a enófilos de plantão. Aliás, um adendo a parte é que todo e qualquer enófilo deveria ter este filme em sua estante pois além de tudo a paixão com que o personagem de Giamatti fala dos vinhos nos faz ficar embasbacados e é uma aula para os que assim como eu, estão se iniciando no mundo dos vinhos. No final o vinho acaba ainda inclusive por ligar Giamatti a seu interesse por Maya, uma até então garçonete em um restaurante em que Giamatti custama degustar seus vinhos com frequência.
É um filme bem estruturado, balanceado e, assim como o vinho, pode ser degustado de várias maneiras. Pegue sua taça, ligue seu aparelho de DVD e não perca esta oportunidade pois serão duas horas de muito entretenimento, reflexão sobre a vida onde você poderá facilmente se identificar com os personagens e as situações que aparecem no dia a dia.
Saúde!
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