Acho que já comentei em algum post perdido aqui no meu blog que eu gosto muito de experimentar vinhos diferentes. E por diferentes entenda-se uvas pouco conhecidas, viticulturas diferentes, etc. E é mais ou menos isso que aconteceu com o vinho que eu provei neste final de semana. Este exemplar é oriundo da Sicília, ao sul da Itália e é composto pelas uvas Nerello Mascalese, também conhecida como Negrello, e pela Nerello Cappuccio, também conhecida por Mantellato. Além disso, outra curiosidade bem interessante sobre este vinho é que todas as vinhas que produziram as uvas constituintes deste corte estão nas encostas do vulcão Etna, geralmente de solos arenosos, vulcânicos, extremamente ricos em minerais e produtos de reações ácidas.
A ligação da Sicília com a vitivinicultura remonta ainda na época dos gregos, quando fundaram cidades como Siracusa e Agrigento porém o auge se deu no século XVIII, quando os ingleses criaram o Marsala. Hoje em dia, estamos assistindo ao renascimento da Sicilia como importante produtor de vinhos de qualidade. Só que desta vez, os méritos se devem aos vinhos secos, brancos, rosês e tintos extremamente particulares. A Sicília é a maior região vinícola da Itália e conta com 17 denominações de origem controladas (DOC) mas por incrível que isto possa parecer, estas correspondem por pouco mais d 2% do total da produção da ilha, fazendo com que haja uma maior predominância dos vinhos conhecidos como IGT.
Segundo o site do produtor, as uvas colhidas para a produção deste vinho provém de vinhas de mais de 40 anos, podendo assim serem consideradas vinhas velhas. Ainda segundo o mesmo, as uvas são colheitas ligeiramente mais tarde que as demais, por volta da segunda metade do mês de outubro e após a fermentação malolática o vinho estagia de 8-10 meses em barricas de carvalho para afinamento. Vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma cor cereja clara, quase como a cor de um pinot noir tradicional (minha opinião). Apresentou ainda diversas lágrimas, finas, rápidas e incolores.
Ao nariz o vinho apresentou-se timidamente fechado de início. Após algum tempo em taça frutas vermelhas maduras levemente temperadas com alguma coisa picante, tipo pimenta mesmo, e leve fundo de baunilha. Tudo muito suave e discreto.
Na boca o vinho apresentou corpo leve, taninos rascantes que secavam a boca e chegavam a incomodar no início, boa acidez e persistência média. Final lembrando leve frutas vermelhas com um que de pimenta muito picante e leve tostado. Com comida os taninos melhoravam sensivelmente, mas ainda incomodavam um pouco.
Vinho diferente do habitual, incomodava um pouco por possuir taninos de certa forma agressivos, me pareciam até meio verdes, como se tivesse havido super extração ou mesmo prensagem com engaços. Enfim, não é um vinho que me agradou muito e não sei se repetiria a experiência. Mas fica registrado.
Saúde.
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