Aproveitando um final de semana extremamente quente em sampa, mesmo fora de época, aproveitei pra experimentar um vinho branco que estava em minha adega. Desta vez o escolhido foi um exemplar alsaciano, feito 100% com uva gewurztraminer.
A Alsácia talvez seja, juntamente com Chablis (na Borgonha), uma das mais conhecidas áreas de produção de vinhos brancos do mundo. O fato curioso sobre a região é que a mesma foi alvo de intensas disputas entre França e Alemanha por seu domínio e talvez até hoje os habitantes da região ainda não tenham muita certeza de qual lado eles pertençam. É possível notar a influência alemã, por exemplo, no formato das garrafas, nas variedades de uvas plantadas e nos sobrenomes locais. A produção de vinhos da Alsácia se diferencia da produção das outras regiões da França pois os vinhos são, na grande maioria varietais, e tem o nome da viariedade das uvas utilizadas no rótulo, como o exemplo deste que é Gewurztraminer.
Falando um pouco mais sobre o produtor, o fato curioso é que desde 2001 o Domaine Frey se utiliza de técnicas biodinâmicas em seus vinhedos/vinhos, tendo especial cuidado com o solo e o cultivo das uvas com pouca ou nenhuma interferência humana e muito menos de produtos químicos em geral. Além disso, fatores como a luz, temperatura e outros são levados em conta em cada etapa do processo de plantio, colheita, produção do vinho e assim por diante. Vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma linda coloração amarelo dourado bem claro, límpida e muito brilhante. Lágrimas bem viscosas, lentas e grande quantidade.
No nariz o vinho se mostrou exuberante. Abriu com um aroma floral muito intenso, seguido por frutas como lichia e manga. Para finalizar, aromas de mel com própolis, aqueles iguais aos dos sprays que utilizamos para tosse, sabem? Tudo muito intenso!
Na boca o vinho se mostrou untuoso, gordo, preenchendo cada espaço da boca. Confirmou o nariz e teve um toque especiado, lembrando ainda mais a picância do mel com própolis detectado no nariz. A única ressalva porém eu faria com relação a acidez, que a meu ver ficou devendo um pouco para aumentar por exemplo a permanencia em boca, que foi de média para menos com final quase doce.
Mais um bom exemplar francês trazido pela Cave Jado, que mostra a cada vinho que eu experimento que tem excelentes mãos para garimpar vinhos honestos a preços honestos para nosso padrão de consumo.
Saúde!
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