Neste final de semana desenterrei um exemplar sul africano de minha adega um pouco cético quanto ao que o vinho poderia oferecer, afinal de contas já tem seus quase 8 anos de vida. É claro que sua composição e bom acondicionamento me deram um pouco de esperança, mesmo por que quando o degustei no final do ano passado ainda estava muito vivo e saboroso. Sem mais delongas vamos a ele.
Elaborado pela Bellevue Estate Wine da África do Sul, este vinho é um corte de 49% de Cabernet Sauvignon, 34% Pinotage e 17% de Petit Verdot. Passou por afinamento em barricas de carvalho francês e americano por 12 meses sendo que destes, 25% eram barricas novas. Possui 13% de álcool.
Na taça o vinho apresentou uma cor já tendendo para um granada, mostrando toda sua evolução. Lágrimas lentas e incolores. Entretanto o vinho se apresentou límpido e até certo ponto brilhante, com boa transparência.
No nariz a primeira surpresa: o vinho estava bem complexo e apresentava ainda muitos aromas. Abriu com alguma coisa de groselha e ameixa preta, depois mostrou ainda fundo de especiarias e um toque de animal, lembrando carne defumada. No final ainda era possível sentir um pouco de baunilha, proveniente de seu estágio em barricas. Muito interessante.
Já em boca a segunda surpresa: o vinho se mostrou muito vivo ainda, com certa acidez, taninos finos e fundidos com o conjunto do vinho. Confirmou em boca ameixa e baunilha com um leve toque de chocolate ao final. Persistência média.
O vinho estava excelente, ainda vivo mas já apresentando sinais de entrada em declínio. Quem tiver alguma garrafa deste vinho sugiro toma-lo logo. Foi uma grata surpresa para se fugir um pouco do convencional, e por convencional entenda américa do sul e/ou cortes estilo bordalês. Enfim, um vinho recomendado, comprado em um “bota fora” da D’Olivino que valeu cada centavo!
Até o próximo.
Muito bom mesmo!
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