Tomando como base meu último post que tratava da lenda do Gallo Nero, símbolo de um dos maiores ícones do mundo vinícola italiano e mundial, resolvi trazer pra vocês um texto interessante que fala brevemente sobre Chianti, Chianti Clássico, algumas diferenças e a região da Toscana como pano de fundo disto tudo. Espero que gostem.
Não há quem nunca tenha ouvido falar na reputação dos vinhos de Chianti, ou na beleza desta que é uma das mais antigas gegiões produtoras de vinho da Itália e do mundo (no caso a Toscana). No entanto, ainda hoje existe muita confusão entre Chiante em geral e Chianti Clássico, e no passado a região chegou a sofrer por excesso de fama, por um lado (com uma superprodução de vinhos demasiadamente comerciais, engarrafados naqueles típicos "fiascos" de palha) e, por outro lado, pelas regras excessivamente restritivas da denominação de origem. Os acontecimentos em Chianti Clássico nas últimas décadas marcaram indelevelmente o vinho italiano pra sempre - com o surgimento dos supertoscanos, a transformação das exigências da DOCG e o ressurgimento de Chianti Clássico como uma das mais prestigiosas e elegantes denominaçõs de origem da Itália. Aqui a sangiovese brilha em plena elegância, em contrapartida à potência dos Brunellos di Montalcino, produzidos mais ao sul.
De fato, os Chianti Clássico dos melhores produtores são vinhos de marcante finesse, com uma deliciosa acidez que os permite ser o acompanhamento perfeito para um grande número de pratos. São vinhos que vão especialmente bem com a comida, e que são estilosos, preciosos, moldados no ponto certo. Muitos dos melhores vinhos têm destacado carácter mineral, ou um toque terroso, com um belo perfume e proporções perfeitas. No entanto, existe uma diferença enorme entre a denominação de Chianti Clássico e Chianti em geral. Os vinhos de Chianti Clássico são somente aqueles produzidos em uma zona muito mais restrita - a zona histórica de Chianti, demarcada em 1716, que inclui comunas como Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Radda in Chianti e Greve in Chianti. Deve também respeitar todas as regras determinadas pela denominação de origem, com rendimentos mais baixos, uso de determinadas uvas (80% de sangiovese mínimo), e assim por diante. A zona histórica de Chianti foi expandida em 1932 para incluir uma área muito maior - quase toda a Toscana! A diferença de qualidade pode ser gritante, na verdade. Passaram a existir vários outros "Chianti", dependendo da zona de produção, como Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colli Senesi, Chianti Montalbano, Chianti normal...nenhuma destes é Chianti Clássico, e não é só o terroir, como também as regras de produção (e a qualidade) são muito diferentes.
Até o próximo!
Texto original retirado e adaptado do catálogo de outono da Mistral.
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