Neste sábado tive uma oportunidade muito interessante: o Empório Húngaro fez uma degustação especial com vinhos de seu portfólio, e como grande protagonista do dia um Ice Wine. Como não tenho litragem nenhuma em vinhos húngaros tão pouco em Ice Wines, não deixei a oportunidade passar e vou descrever nas próximas linhas minhas impressões. Agradeço também a Letícia que com toda sua paciência explicou algumas curiosidades sobre os vinhos degustados, regiões húngaras, uvas autóctones e por ai vai.
O Empório Húngaro se encontra na zona sul de São Paulo, num pequeno e aconchegante espaço onde estavam disponíveis 5 vinhos para degustação e também uma linguiça apimentada, um exótico rocambole de papoula com recheio de chocolate além de alguns patês para acompanha-los. Irei descrever brevemente os vinhos degustados e os dois que mais me chamaram a atenção e que eventualmente pude inclusive apostar em trazer para casa para degustar com mais calma em oportunidade futura.
Começamos a descoberta com um bom espumante (Törley Tokaji) doce, fresco, leve, com boa perlage e persistência em boca, lembrando muito frutas secas e cítricas que apesar de não estar na minha lista de vinhos preferidos, é uma excelente opcão para fugir do óbvio. Depois uma das primeiras surpresas do dia que, apesar de não ser muito do meu agrado não deixou de surpreender: um Pinot Noir suave (Mátrai Pinot Noir 2007), com leve doçura final e 11% de álcool. Visualmente e no nariz entretanto parecia um pinot típico, rubi clarinho e transparente, com aromas de cerejas, leve especiado e algo floral. Final curto e acidez que ajudava a não torná-lo enjoativo. Seguindo com as degustações pude provar um vinho branco de sobremesa (Mátrai Muskotály Somló), um moscatel com uma boa dose de açúcar residual porém leve que me pareceu uma boa opção para acompanhar o rocambole de papoula.
Agora vou falar das duas estrelas da degustação, em minha humilde opinião: primeiro um tinto muito elegante e que trás muito da escola européia de vinhos, o Vesztergombi Kékfrankos Barrique 2006, tinto de corpo leve, cor rubi tendendo ao granada, aromas um pouco tímidos de início (talvez pela temperatura um pouco mais baixa que o ideal e também pelo pouco tempo de garrafa aberta) mas que mostrou algo vegetal, terroso com fruta ao fundo (me lembrou muito um Cabernet Franc apesar de ser feito com as uvas autóctones Kékfrankos) além de algo tostado. Eu achei o vinho de uma elegância incrível e fiquei encantado; e o gran finale que foi o Jég Bor Ice Wine, vindo da região de Mátra é um vinho feito a partir de uvas Zenit (congeladas óbviamente), vinho muito complexo e com aromas que lembravam plástico (como aquele aroma típico de botritis), frutas secas, mel com aquele corpo gordinho que preenche muito bem a boca. Talvez lhe falte um pouco de acidez mas sinceramente o vinho era muito além.
Momentos agradáveis, pessoas agradáveis e muita aprendizagem com vinhos diferentes: tudo que eu peço para que meus finais de semana possam ter sempre! E este começou bem. Espero que o restante seja tão bom quanto ou ainda melhor. Recomendo que quando tiverem a oportunidade, visitem o Empório Húngaro, conversem com a Letícia que eu tenho certeza que sairam encantados com os vinhos lá disponíveis.
Até o próximo.
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