Hoje tive a oportunidade de ir a uma degustação na loja D.O. Brasil, sob a batuta da dona Cecília, para conhecer um vinho que já tinha ouvido certo burburinho pela internet, tanto para o bem como para o mal. Evidentemente estou falando do Sozo Pinot Noir Reserva, como já diz o título da minha postagem.
Mas antes de falar do vinho em si, gostaria de comentar um assunto que tive o prazer de discorrer com a dona Cecília, uma pessoa incrível diga-se de passagem. Ela sempre foi uma grande entusiasta do vinho nacional, mas segundo ela os produtores nacionais são os que menos suporte dão a lojas de pequeno porte como é o caso da D.O. Brasil. Além disso, ainda dão a entender que se utilizam destes lojistas de pequeno porte para desovar produção antiga encalhada, mas que procuram canais de venda maiores para novas safras. No final das contas, a dona Cecília teve que reduzir o trabalho com vinhos nacionais e invariavelmente apelar para os importados. Para finalizar, ela além de recomendar o vinho pela qualidade, disse que o Sr. Sozo tem sido um grande parceio, portanto ponto positivo pra ele.
Num país onde temos sim bons vinhos, entretanto a preços nem sempre condizentes com o que entregam, com produtores que muitas vezes apresentam uma soberba exagerada, fica difícil que se consiga trabalhar com tais vinhos. E ainda mais agora com o tal selo que implementaram para a venda dos vinhos, sinceramente eu não sei aonde podemos chegar. Fico até constrangido da forma como alguns produtores insistem em serem resilientes a mudanças, a trabalhar o corpo a corpo junto com os lojistas, e de se apoiarem neles para popularizarem seu produtos. Enfim, chega do momento desabafo e vamos ao que interessa.
Proveniente da região de Vacaria, no rio Grande do Sul, próximo a divisa com Santa Catarina (São Joaquim), lugar onde os vinhedos se encontram a aproximadamente 1000 metros acima do mar, sendo assim chamados de vinhedos de altitude. Normalmente nestas regiões, se valendo destas "vantagem", é possível o plantio de uvas mais delicadas como a própria Pinot Noir, tendo em vista que existe uma maior insolação, variabilidade térmica, noites mais frias, gerando frutos de qualidade muito grande.
Na taça apresentou um cor rubi violácea bem clarinha, muito transparente, brilhante, bem típica de um pinot noir.
No nariz aromas leves e elegantes de frutas vermelhas, notadamente morangos e cereja, alguma coisa de herbáceo e discreto toque floral. Não notei no nariz passagem por madeira, mas segundo o produtor o vinho envelhece seis meses em barricas novas. Ponto positivo para a sobreposição da fruta.
Em boca corpo leve, taninos finos e presentes mas bem integrados, acidez bem marcante, sempre convidando ao próximo gole e confirmando o frutado do olfato. O único ponto negativo que eu destaco é que o final é bem curto, mas não acho que estraga a proposta do vinho.
Um vinho interessante, para ser bebido jovem e despretensiosamente mas que chamou minha atenção por destacar dois pontos: tipicidade brasileiro da fruta e da cor e corpo de um pinot tradicional. Vale o quanto custou, cerca de R$45,00.
Até o próximo!
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