A próxima parada de minha visita ao Vale dos Vinhedos foi na Vinícola Angheben, vinícola esta que ha tempos eu tinha interesse de conhecer. Tinha na memória um vinho deles da uva Teroldego que havia provado rapidamente em alguma feira por ai mas que havia me encantado. Mas desde então não havia encontrado mais seus vinhos nem tive a oportunidade de prová-lo novamente. A ocasião então me parecia perfeita.
Fomos recebidos ainda que em instalações provisórias, pelo Sr. Idalencio F. Angheben, um senhor muito simpático e que mostrava nos olhos o amor e dedicação que tinha para com os vinhos. Segundo o próprio, trabalhou por 20 anos na Chandon, famosa fabricante de espumantes, mas que em determinado momento da vida decidiu que queria prosseguir com um negócio que pudesse chamar de próprio. Fundada em 1999, a vinícola não possui vinhedos próprios, pois entenderam que no momento a prestação de assessoria em vinhedos de terceiros traria maior vantagem e tempo/investimento dedicados a elaboração dos vinhos. Há controvérsias, mas me parece que no caso a decisão fora acertada dada a qualidade dos vinhos por lá produzidos. Aliando técnicas modernas de enologia com produções limitadas e de alta qualidade além do uso moderado e consciente da madeira (em média de 4 a 6 meses) os resultados demonstrados tem sido excelentes lembrando em muitas ocasiões mais vinhos do velho mundo do que do novo mundo. Sendo assim, fomos apresentados então a toda a linha de vinhos disponíveis para degustação. Ai entrou em cena um rapaz chamado Eduardo Angheben, que foi o responsável por nos apresentar os vinhos e conduzir as degustações. Depois de algum tempo de conversa e troca de idéias sobre os aromas dos vinhos, noções de terroir e uma verdadeira aula dada pelos dois, descobri que eles dão aulas para o curso de sommellerie da Ciclo das Vinhas, escola na qual obtive grande parte de meu breve conhecimento sobre vinhos. Foram realmente conversas muito interessantes!!
Mas voltando aos vinhos, mais uma vez vou falar sobre os vinhos que se destacaram, em minha opinião. Começando um belo Pinot Noir, bem típico com aromas de frutas vermelhas e floral bem presentes e marcantes, boa acidez e um final gostoso; depois um belo Barbera, uva de origem italiana, com muita fruta, caramelo e boa acidez pedindo algo pra comer e por fim a estrela e a razão da minha visita: o Teroldego, elegante, austero, frutos negros, especiarias, tabaco, algo de terroso/fungos e um final com chocolate amargo, simplesmente magnífico!! Era ele mesmo! Ele existia!!! E era melhor do que a minha memória me contava que o vinho tinha se mostrado na primeira prova.
Satisfeito, segui meu caminho. O único ponto que me deixou um pouco triste é que eu mandei depois um email de agradecimento ao Sr. Idalencio e ao Eduardo porém não obtive resposta. De qualquer forma, era hora de continuar nossas visitas.
Até a próxima!
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