Neste ponto eu já estava até ficando triste, sabendo que a viagem estava chegando ao final. E eu tinha que escolher bem qual seria a última vinícola a ser visitada, pois a oportunidade não viria sempre. Pensei bastante e optei por visitar a Pizzato, famosa por seus Merlots de grande qualidade (pelo menos era o que eu conhecia e tinha ouvido dizer até aqui). E acho que acertei em cheio. Além do visual que temos do alto da "sacada" da sede da vinícola, muitos vinhos surpreendentes por sua qualidade!!
Chegando a sede fomos recebidos pelo Guilherme, um simpático rapaz com muito conhecimento sobre vinhos e entusiasta, com o qual fora possível gastar um bom tempo conversando e degustando vinhos. Fomos levados ao piso inferior onde ficam a área de recepção das uvas e os tanques de fermentação, todos em inox com temperatura controlada de tamanhos um pouco maiores que o convencional, e que se entendi bem, ainda não operam a plena capacidade de produção. Após uma excelente explicação sobre todo o processo desde a colheita, em vinhedos próprios diga-se de passagem, com a seleção das uvas de acordo com o produto ao qual serão direcionadas e a passagem então por todo o processo produtivo (que não iriei descrever aqui por motivos óbvios), fomos levados a uma área logo ao lado, área na qual se encontram os processos de engarrafamento e envelhecimento em carvalho, além do processo de envelhecimento em garrafa ao qual os espumantes são submetidos. Ainda segundo o Guilherme, nem todos os vinhos passam por carvalho pois existe também um trabalho de diferenciação de segmentos de produtos e mercados alvo. Era hora então de voltarmos ao pavimento principal, nos sentarmos e começarmos a degustação que contou com diversos vinhos, muitos de qualidade, mas como de praxe aqui no blog vou colocar os que mais me surpreenderam.
Como havia comentado no post anterior, durante esta viagem dois chardonnays haviam me chamado atenção, um na Lídio Carraro e o outro ainda não havia sido revelado. Pois a primeira estrela da degustação foi o Pizzato Chardonnay 2010, que apesar de não passar por carvalho, tinha um belo corpo, aromas de frutas brancas, mel e tinha aquele amanteigado na boca que junto com as frutas traziam um final longo e saboroso; depois a segunda boa surpresa foi o Fausto de Pizzato Merlot Rosé com todo seu frescor, exalando frutas vermelhas, lembrando festa e calor, enfim, delicioso; e para finalizar, dois tintos excelentes: o Pizzato Reserva Alicante Bouschet, uva que tem sua maior fama em Portugal mas que aqui gerou um vinho bacana, elegante e de bom corpo e o Pizzato Gran Reserva Concentus, ícone da casa que alia força e elegância num corte de Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon que variam de acordo com a safra.
E chega ao fim meu relato das visitas as vinícolas no Vale dos Vinhedos, com a sensação de que a viagem foi muito interessante e me revelou uma gama de bons vinhos nacionais que eu ainda não conhecia, por preconceito (seja por qualidade seja por preço) ou mesmo pela falta de canais de distribuição. De qualquer maneira fico feliz de ter tido esta oportunidade e recomendo a todos enófilos de plantão que façam uma viagem como esta. Sei que deixei de fora muitas outras vinícolas, mas elas ainda estão em meus planos para uma viagem futura.
Mas ainda tenho um post final com mais algumas dicas interessantes por lá que não sejam relacionados as vinícolas necessariamente.
Fiquem conosco e até lá!
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