Este final de semana tivemos mais um encontro da Confraria Pane Vinum Et Caseus e foi mais uma noite digna de rememorar por um bom tempo. Entre muita boa comida, bons vinhos e amizades, é sempre bom participar destas reuniões. Sem dizer que sempre somos muito mais do que bem recebidos pelos anfitriões, o que por si só já vale a visita.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEpN1upL4-23N_AVUth8l3wFy8yahmlV9ygWuUuTjX_w2AffacIToTXgC32fIEumVJ5OQZ1BvDe1qpG_sDyfuApCi9UjNVYeFgULxbxNw2LMtioJeoOSn5TTC-xy02sBD424ggX9vZ6BE/s320/IMG-20120204-00015.jpg)
Já na chegada fomos recepcionados com dois vinhos rosés interessantíssimos, com propostas bem diferentes e de regiões bem diferentes: um da Ilha da Córsega e um do calorão lá dos patamares do Douro, em Portugal. O primeiro era o Terraza D’Isula Sciaccarellu-Gris de Cinsault, se mostrou mais austero e com toques minerais, mais leve e com uma sensação mais tânica enquanto que o segundo, o Rosé Caves Santa Marta Duro 2008, muito mais macio, aromático, muita fruta porém com um pouco menos de acidez, nada que faça entretanto o vinho ser pior ou melhor. Dois vinhos interessantes e que servem como bons vinhos para aperitivo, recepcionando seus convidados ou para comidas mais leves.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMUjhch6nnhxBnWtItw49yQ3QriaOqaGwX9Dttn2pfE0kGbDnTD_cwq2wJXLiscxLMqEIRXqa0EXcbyQR_sMJsF0oft5o9fxOgk8UG6un5AETNqKbUT206x4QnoFPagxwFUSsXApkE0u0/s320/IMG-20120204-00016.jpg)
Logo depois a coisa começou a ficar um pouco mais sério e a ala portuguesa da confraria (sim, a confraria conta com uma legião de lusitanos) começou a mostrar seus dotes mais uma vez. Se utilizando de um "equipamento"vindo diretamente da terrinha (que mais uma vez eu esqueci de fotografar) começaram a preparam um chouriço autenticamente português, flambado em álcool. Por fora ligeiramente tostadinho e por dentro uma bela e tenra porção de carnes de caça deliciosa. Foi aqui que começaram a servir alguns vinhos tintos interessantíssimos e começamos a assistir um embate Alentejo x Douro. De um lado um vinhaço da Herdade do Esporão, o Esporão Private Selection Tinto 2007, feito com uvas Alicante Bouschet e Aragonês, o vinho se mostrava carnudo, volumoso, com compota de frutas, floral, tudo muito exuberante e final longo e do outro o Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Grande Reserva 2007, feito com touriga nacional e o restante de vinhas velhas, trazendo aromas que remetem mais ao velho mundo, couro, baú, corpo médio, boa acidez com um grande final. E fomos assim, curtindo o chouriço e os vinhos enquanto aguardávamos as pessoas que ainda não haviam chegado. Eu confesso que preferi o Douro, mas a maioria foi de Alentejo. De qualquer maneira, dois baita vinhos só pra começar a noite.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin6W-pKUW4O7eYTo6IiaCgG8gXpqddfuT9B4o_h0qeYQMpETKY-b9cfwplz1xU7__rvNYaBbcK265QSaLft2Op_ds1nF8bXbG8MkFjm6916yHhcAK4Qv5p1HbfB4Otm6MGT6WQN90rg94/s320/IMG-20120204-00018.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmN7cNES-gKGpf2xCKlYZ_sdkCypSw_B2SpDYuYSUQO4lVvooHThaav-5F5Tb5W6nR5k4acg300jDYA8jJkgVVE-tcTxl4I2-xkjdV-w_tXzWeW5nv4rpgHH9PpNavTbwn5EVueNCECg4/s320/IMG-20120204-00017.jpg)
Algum tempo depois, todos já haviam chegado e o jantar iria ser servido. Aqui realmente subimos de patamar. Para o jantar tínhamos de entrada mousse de salmão e cuscuz de camarão. Ambos incrivelmente preparados e saborosíssimos. O mousse com uma consistência incrível e o salmão podia ser sentido a cada mordida, já o cuscuz muito saboroso, camarões em profusão com uma leve sensação de pimenta dando alma pro prato. Já o prato principal era composto de camarão na moranga com arroz branco, muito cremoso e fresco, com catupiri dando um toque mais do que especial e o leve dulçor da moranga contrapondo com os sabores fortes do prato. Para acompanhar os pratos foram escolhidos dois vinhos: os Chablis 1er cru Fourchaume 2006 Château de Maligny e o Chablis 1er cru Monteé de Tonnerre 2006 Château de Maligny, ambos do Domaine Jean Durup et Fils e feitos como manda a tradição/legislação da Borgonha, exclusivamente com uvas chardonnay. Confesso que minha pouca experiência com Chablis e 1er Crus além do nível alcoólico que já me encontrava a esta altura impediam de uma análise mais precisa, mas ambos os vinhos tinham uma vivacidade ainda interessante pela idade, já apresentando coloração tendendo ao dourado e traziam aromas de frutas brancas e algo de mineral, lembrando giz e talco. Além disso eram bem gordinhos e preenchiam a boca ajudando a limpar as papilas gustativas entre uma garfada e outra. Eu sinceramente adorei ambos os vinhos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhX-bbbdVY40Qlnx0uYK1w-xwsgyvT8Ysco6rXcdEdeiG351jOW7b3hJLJp6ZNk-tUKpZkCWejXDWSWRh5wdFeKHnbi3NulUcpCbpwh0WV8s72Hl-2z3mGoIz7_dJ4Za6oZ7kwxEu0mVOs/s320/IMG-20120204-00020.jpg)
Para fechar a noite viria a sobremesa, ah a sobremesa, esta não poderia faltar. Um belíssimo e delicioso mousse de chocolate com nozes, incrivelmente tenro e com sabores inenarráveis aqui. Para acompanhar ainda teríamos uma linda surpresa: um belíssimo Porto LBV Taylor's 2005 servido em copinhos de chocolate, simplesmente atingimos os céus!!!
E assim fechamos mais um belo encontro da confraria com louvor. Agradeço a todos pela receptividade e aguardo ansiosamente os próximos encontros.
Até o próximo!