Eu não canso de dizer que os vinhos portugueses são realmente meus objetos de desejo. Eu acho que apesar de eu estar desenvolvendo um afeição especial pelos americanos, os portugueses sempre serão meus queridinhos. Bom, mas sem maiores afetações falemos um pouco deste vinho, de seu produtor e da região na qual é produzido.
O Douro é uma região fantástica, visualmente falando. Vinhas crescem ao longo do rio que dá nome a região e mais do que isso, a grande inclinação que os terrenos tem na região fazem com que as plantações em patamares e socalcos se tornem vislumbrantes para o ser humano, além de um grande desafio. O clima quente e seco acaba se tornando propício para a maturação das mais variadas castas da região, que normalmente eram plantadas todas juntas, sem divisões (as famosas vinhas velhas portuguesas) e que geram vinhos curiosos, e de qualidade e caráter únicos. Por isso que eu digo que um de meus sonhos de consumo é viajar pra conhecer esta região. Enfim.
Sobre a vinícola, retirado do site da mesma: "A Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, com 120 hectares, 85 dos quais plantados com vinha classificada com a Letra A, situa-se junto do Pinhão e está integrada na Região Demarcada do Douro desde a sua instituição, em 1756. Ao longo dos tempos, todo o patrimônio histórico da quinta tem sido cuidadosamente preservado - a casa senhorial oitocentista, hoje hotel do vinho, a capela de estilo barroco datada de 1795, a capela do século XVII que se situa junto ao rio, os pomares, a azenha e a adega de 1764. Renovamos as tradições, mas respeitamos a autenticidade da paisagem. O nome "Quinta Nova" tem origem na nova quinta que foi criada após a junção de duas quintas. Nossa Senhora do Carmo relaciona-se com a santa padroeira da capela que foi construída no século XVII, junto à margem do rio Douro. Naquela perigosa zona do rio, os tripulantes dos barcos rabelos eram vítimas de frequentes naufrágios, suplicando pela proteção daquela santa. Assim, durante o séc XVII, na sequência de uma promessa dos mareantes, foi construída a pequena capela, albergando uma imagem em pedra desta padroeira e renomeando a propriedade para Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo".
Bom, sobre o vinho o mesmo é feito com 70% Touriga Nacional e 30% vinhas velhas e Estagiou 17 meses em barricas novas de carvalho francês e 6 meses em cave. Sem mais enrolação, vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou cor violácea intensa e quase sem transparência, com lágrimas finas, rápidas e com ligeira cor.
No nariz aromas de frutos negros, floral em abundância, couro, baú, tudo muito integrado sem uma nota se sobressaindo mais que as outras. Alguma coisa de ervas pode ser sentido após algum tempo assim como um tostado no fundo de taça. Bastante complexidade.
Na boca o vinho tinha corpo médio para encorpado, boa acidez, taninos bem presentes, marcantes mas devidamente integrados com os demais elementos do vinho. Retrogosto com frutas e floral, confirmando o nariz, num final elegante de média para longa duração.
Mais um grande exemplar duriense trazido pela Vinea que eu recomendo.
Até o próximo!
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