Numa noite fria de quarta feira em que eu me encontro sozinho, aguardando ansiosamente pelo jogo do Timão, nada melhor do que escolher um vinho e abrir para aplacar um pouco de ânimo e tentar desviar a tensão. E o escolhido não poderia ter mais história e ser mais curioso do que o Alma Negra. Confesso que a tempos tinha a curiosidade de provar este vinho e não havia portanto, oportunidade melhor.
Este vinho é fruto de um corte misterioso, guardado a sete chaves por quem o concebeu, Ernesto Catena, membro da famosa família argentina que a tempos está envolvida no mundo da enologia e vitivinicultura. As uvas vem de seus vinhedos lá em Mendoza, pertencentes a sua vinícola, a Tikal, e até por toda aura que ronda este vinho, não temos maiores informações divulgadas. Sem maiores delongas, vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma cor violácea bem forte, escura e intensa, quase impenetrável e sem qualquer transparência. Lágrimas médias e bem coloridas tingiam as paredes na taça quando o líquido era agitado.
No nariz o vinho mostrou certa complexidade, frutas vermelhas e escuras, especiarias (temperos e pimenta) e chocolate. Com o tempo em taça alguma coisa de tostado também podia ser notado.
Na boca o vinho era bem encorpado, musculoso, tinha taninos firmes, ligeiramente rascantes mas que se integravam bem ao vinho e uma boa acidez. Retrogosto essencialmente frutado num final de média duração.
Mistério revelado, confesso que esperava um pouco mais. O vinho é bom e não tem defeitos aparentes mas não faz jus a todo esta história que o recobre. Pelo preço, existem opções melhores. Mas vale a pena conhecer, caso ainda não o tenha provado.
Até o próximo!
... Essa foi exatamente a impressão que tive quando tomei esse vinho: esperava mais.
ReplyDeleteOlá Victor! Tenho uma garrafa dessas aqui em casa, 2008. Reparei que todos os que gostaram desse vinho, o beberam com mais tempo de evolução, 5, 7 anos...
ReplyDeleteVocê acha que pode ter deixado a desejar por falta de evolução, visto que o seu ainda estava com apenas 3 anos, ou sua impressão foi de que realmente falta alguma coisa para esse vinho?
Abraço, e continue o bom trabalho!
Olá Mateus! Primeiro obrigado por acompanhar o blog e pelo comentário.
DeleteSinceramente eu não acho que o tempo trará grandes benefícios ao vinho. Ele já me parece bem pronto para consumo. Ao que tudo indica sobra um pouco de marketing e falta um pouco de complexidade. Ele até mostra algo no nariz, mas a boca não é nada excepcional. Mas, respeito a opinião de quem gostou do vinho. E veja, ele não é ruim, mas para mim fica numa vala comum com muitos outros vinhos.
Abraços!!
Entendi. Bom, vou repensar o que faço com minha garrafa, acho que vou abatê-la esse ano mesmo então para evitar uma surpresa desagradável.
DeleteIsso acontece muito. Acho que muitos vinhos são feitos para agradar à maioria das pessoas, e acabam ficando iguais a muitos outros, sem particularidades, sem identidade. Daí a diferença entre um vinho de R$50 e um de R$80 fica mais por conta do Marketing mesmo.
Uma pena ver isso com um vinho do Ernesto Catena, que tem fama de louco. Achei que um vinho dele, com esse marketing de "Mistério", talvez fosse algo realmente diferente e que valesse a pena provar.
Mas pelo menos o vinho é bom, né! E como comprei numa promoção, pagando bem menos do que o preço normal, não posso reclamar muito, e vou me contentar com um vinho bom mas comum!
Abraço!
:)))
ReplyDeleteQual vinho vc me indica com um belo bacalhau?
ReplyDeletePrezado anônimo.
DeleteSua pergunta é um pouco complicada tendo em vista que não sei por exemplo, qual o tipo de preparação que este bacalhau sofrerá. No entanto, vamos tentar.
Se o bacalhau tiver uma preparação a base de molhos mais cremosos, como por exemplo com natas, eu sugiro um branco barricado, mais gordo e untuoso em boca pra bater de frente com o bacalhau, algo como um chardonnay por exemplo.
Já no caso da preparação a gomes de sá, com batatas e azeite eu sugiro duas opções: ou um vinho mais fresco como um vinho verde,ou ainda a minha preferida porém longe de ser unanimidade, um bom tinto do Alentejo. Mas é claro, ai vai muito de gosto pessoal.
De qualquer forma, espero ter ajudado.
Sds.
Victor