Primeiramente meus caríssimos leitores, seguidores, visitantes esporádicos, enfim, todos que por algum motivo vieram aqui neste site uma única vez ao menos, meus mais sinceros pedidos de desculpas, pedidos estes motivados por minha ausência por aqui no final do ano. Confesso que além do corre e corre característico que a época nos impõe eu precisava de um tempo e de um pequeno período de férias ("abstinência") de tudo que eu vinha de maneira quase frenética fazendo, o que inclui também este blog. Eu me encontrava em um estado de cansaço misturado a stress que tudo que eu fazia se tornava uma dificuldade muito grande. Feito isto, aproveito para anunciar que o Balaio está de volta com a corda toda e cheio de novidade, começando pelo post de hoje.
Como vocês já devem saber, em meio a tudo isso acabei ficando noivo e dentre todas as consequências que isto nos acarreta, "ganhar" uma família nova também entra para esta lista. E foi com esta nova família que conheci um "primo" vindo diretamente de Portugal (acho que ele não irá se importar se eu assim o chamar) que além de ser meu xará (seu nome é Vitor), é um grande apreciador/conhecedor de vinhos e me apresentou a esta curiosa bebida que irei tratar no post de hoje, uma espécie de licor de uma fruta (Ginja) pouco conhecida por aqui mas que faz muito sucesso em Portugal.
A Ginja é uma pequena fruta, parente próxima da cereja, e pode variar de coloração entre o vermelho e o preto, sendo também conhecida em muitos lugares como cereja ácida (em contraponto a nossa velha e conhecida cereja, que é doce). Esta fruta pode ser utilizada para se fazer, além do licor do post de hoje, ginjas em calda, doces e outros. No caso do licor alvo deste post, a Ginja é cultivada em Óbidos, uma região localizada no centro oeste de Portugal. Quem produz o licor é a empresa chamada Frutóbidos, que foi inicialmente fundada com o objetivo da produção exclusiva de licor de Ginja e que passou de uma pequena produção familiar a uma empresa de porte no país quando de sua aquisição por um conglomerado maior em 2001. O processo produtivo envolve a colheito e seleção dos frutos, infusão em meio alcoólico por tempo prolongado e posterior mistura dos frutos com a infusão e com as caldas de açúcar, gerando um produto com o teor alcoólico de 18% e muito açúcar. Vamos as impressões sobre o licor (vejam, não sou especialista e este é meu primeiro contato com a bebida, portanto já peço desculpas caso fale alguma bobagem por aqui).
No copo o licor apresentou uma coloração cereja com toques âmbar, extremamente viscoso que demorava muito para escorrer pelas paredes do mesmo.
No nariz o licor apresentava aromas de mel, frutos silvestres e álcool bem presente (mesmo com temperatura mais baixa). Lembrava também jabuticaba quando o álcool arrefecia no copo. Interessante mistura eu diria.
Na boca o licor era muito denso, quase como um óleo, tinha uma acidez muito interessante para contrabalancear com o açúcar presente (um pouco excessivo ainda assim) e trazia no retrogosto muita fruta, mel e ligeiro amargor no final.
Uma bebida que pode ser servida como aperitivo ou digestivo, deve agradar em cheio quem gosta de licores e bebidas mais doces, mas já alerto, tome com moderação pois quando você menos esperar o teor alcoólico pode fazer efeito. Apesar de ser um pouco doce em demasia para meu gosto pessoal, recomendo que experimentem.
Até o próximo!