Já faz algum tempo que eu queria conhecer um lugar que abriu bem próximo a minha casa em São José dos Campos e que comercializa quase que somente cervejas especiais. E foi em um dia desses em que eu tive um dia puxado no trabalho, estava sozinho por aqui e queria relaxar em casa que resolvi que era a hora mais apropriada de fazer uma visita ao Empório Hopfields para encontrar alguma cerveja que agradasse. É claro que, conforme já comentei a um tempo atrás (relembrem
aqui), não sou exímio conhecedor destes sagrados líquidos fermentados, mas que eles também tem lugar especial em minha "dieta".
Para minha surpresa fui recebido pelo próprio proprietário do local, o Celso Prado (beer sommelier), muito atencioso e apaixonado por este mundo das cervejas. Como eu não sabia bem o que procurava, pedi ajuda a ele para que me mostrasse algum tipo de cerveja um pouco mais forte e que fosse bem com comida, pois a intenção era também acompanhar um pouco da comida que sobrara do dia anterior. Chegamos então ao tipo de cerveja que eu iria provar, as Pale Ale.
Um breve parênteses em minha narrativa para explicar brevemente o que eu descobri sobre tais cervejas. Na verdade existem alguns grupos de cervejas que por sua vez se subdividem em subgrupos gerando aproximadamente 150 tipos de cervejas pelo mundo. As do tipo Ale, incluindo ai as Pale Ale, são cervejas de alta fermentação (onde os fungos não afundam e e só flutuam na mistura final dos ingredientes) e que usam ingredientes diferenciados, como leveduras e maltes selecionados. Normalmente trazem lembranças cítricas e frutadas e apresentam algum amargor final.
Voltando ao Empório Hopfields, enquanto o Celso me mostrava todas as suas opções e dava sua opinião pessoal, eu viajava olhando as inúmeras prateleiras e a geladeira abarrotadas dos mais variados tipos de cervejas disponíveis no mundo, quando eu finalmente optei por dois exemplares deste grupo de cervejas, que serão descritas nos parágrafos a seguir.
A primeira opção foi a cerveja chamada Dead Pony Club, da cervejaria inglesa Brew Dog. Pesquisar um pouco sobre eles foi uma diversão. A cervejaria nasceu da união de dois amigos que estavam cansados da mesmice das cervejas industrializadas existentes no mercado inglês, fundando em meados dos anos 2000 a sua prória cervejaria. Um detalhe, segundo eles, a cervejaria possui 2 funcionários mais um cachorro! A partir dai houve a expansão natural do negócio e hoje atingem mercados externos, como o nosso por exemplo. A cerveja apresentou coloração dourado escuro com aromas interessantes de maracujá e toques de fermentação. Na boca era suave, quase não apresentava amargor e vou dizer, poderia beber uma caixa sem sentir os efeitos pois era de um frescor incrível! E desceu muito bem com o risotto que tinha sobrado do dia anterior.
A segunda garrafa levada foi da cerveja Dead Guy Ale, da cervejaria americana Rogue Ales Brewery. Esta cervejaria localizada em Portland, no Oregon já é um pouco mais antiga mas também nasceu de um sonho de um grupo de amigos que gostava das cervejas consideradas "caseiras"e que criou esta cerveja especificamente num intuito de comemorar o Dia dos Mortos, mas que com o sucesso atingido, resolveu mantê-la como rótulo oficial de seu portfólio. Esta cerveja no entanto se mostrou um pouco mais forte, já com a coloração mais puxada pro âmbar e toques maltados e de caramelo. Na boca, sua entrada era suava e quase doce mas deixava um amargor final delicioso. Demorava pra sair da memória. Já não foi tão bem com a comida mas sinceramente era um deleite sozinha.
O resulto desta incursão ao Empório Hopfields: vale muito a pena a visita e a conversa com o Celo. Se prepare pois estes tipos de cervejas são mais caras do que estamos acostumados a degustar mas são um mundo completamente diferente e que vale a pena ser descoberto! Eu recomendo! E o detalhe disso tudo é que o blog está gostando desta aventura cervejeira, portanto não se surpreendam se houverem mais posts como este num futuro próximo.
Até lá!