Engraçado como determinadas coisas acontecem em nossa vida. A quase um ano atrás eu viria a provar este vinho pela primeira vez, e viria a saciar minha curiosidade devido a toda a história envolvendo o famoso "Julgamento de Paris", sobre o qual já teci algumas linhas por aqui (relembrem aqui). Daquela vez também passava por um bom momento na vida pessoal e, aproveitava o encejo para comemorar abrindo este vinho incrível. E não é que agora, o mesmo vinho (uma safra mais "novo"), serviu também para encerrar um novo ciclo de comemorações? A coincidência ainda foi maior pois enquanto degustávamos o vinho (eu e minha esposa), terminávamos de assistir o último capítulo de um dos seriados mais interessantes que acompanhamos nos últimos tempos (a foto denuncia qual é). Enfim, falo é claro do Chateau Montelena Chardonnay 2010.
Vale sempre relembrar que a história da vinícola começa ainda em meados de 1880 no Vale do Napa, na Califórnia, quando nasce a propriedade e as primeiras plantações de vinhas. A partir dai, muita água se passou embaixo da ponte e houveram momentos de proibição e parada na produção, mudança de posse da propriedade até que a presença de Jim e Bo Barret elevam o tom da qualidade dos produtos do Chateau Montelena e com o advento do Julgamento de Paris (em meados dos anos 70 este vinho venceu uma degustação as cegas onde os grandes Chablis franceses eram maioria), a colocam no cenário vitivinícola mundial com toda a força. Já sobre o vinho, o que dizer? É um varietal 100% Chardonnay de uvas colhidas no próprio Chateau. Não sei ao certo o tempo que passa em madeira, e se passa, mas pelo corpo do vinho e algumas nuances do olfato, deduzo que sim. Tem teor alcoólico de 13,6%. Vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma coloração amarelo palha com reflexos levemente dourados, bastante brilho e transparência. Lágrimas finas, rápidas e incolores fechavam o conjunto visual.
No nariz o vinho abriu com aromas de frutas em profusão: tropicais e cítricas. Depois de algum tempo, notas de fósforo e mel. Ao fundo de taça, algo de tostado. O vinho se mostrou bastante complexo olfativamente, assim como da primeira vez.
Na boca o vinho era untuoso, bem gordo e denso mesmo. Tinha uma acidez nada medida. No retrogosto confirmou o olfato. Ficava por um bom tempo no paladar mesmo quando era engolido. Realmente, um vinho para se lembrar.
E assim encerrava um ciclo de comemorações em minha vida, com a certeza mais uma vez de que sou abençoado por ter uma família maravilhosa ao meu lado, por poder apreciar algumas das delícias que a vida pode nos oferecer (assim como este vinho) e enfim, por estar vivo!
Até o próximo!
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