Sábado foi dia de fazer um mini tour enofílico e visitar lugares que eu já conhecia mas que a alguma tempo não visitava mais (sejam quais forem os motivos) e também de visitar lugares que eu ainda não conhecia mas a algum tempo já tinha a intenção de visitar. E a primeira parada do dia foi na Éden Vinoteca, boutique de vinhos e bebidas em geral, localizada próxima ao bairro do Paraíso, em São Paulo que sob a batuta da Dna. Cecília (proprietária) trouxe o Nicolás Farias, Embaixador da Marca da Viña Ventisquero para a América Latina, para apresentar alguns vinhos chilenos da marca.
Anteriormente conhecida como DO Brasil, a boutique Éden Vinoteca era originalmente focada em vinhos brasileiros, mas segundo a proprietária, por falta de apoio e parcerias com os produtores nacionais, resolveu ampliar seu portfólio e buscar amparo em vinhos importados. E tem tido melhor resposta com as parcerias com importadoras como a Cantu (que trás os vinhos chilenos da Viña Ventisqueiro para o Brasil).
Nicolás apresentou um pouco da história da Viña Ventisquero, uma velha conhecida do público brasileiro, seja pela grande variedade de vinhos disponíveis mas também por uma inegável qualidade associada a estes. A vinícola começou suas atividades em 2000 e desde então com o lançamento de cada novo vinho, vem se consolidando como um grande player no mercado. Hoje a vinícola possui vinhedos em todas as grandes regiões vitivinícolas do Chile: Maipo, Casablanca, Leyda e Colchágua. Foram 4 vinhos apresentados por ele, dois vinhos da linha Queulat Single Vineyard e dois vinhos da linha Grey. Os primeiros (linha Queulat) são a criação do enólogo Sergio Hormazabal, que tira o nome de seus vinhos da maior geleira pendurada do sul do Chile, e que trás a denotação de imponência e elegância aliadas. São vinhos cujos frutos vem de vinhedos específicos, selecionados em cada terroir chileno disponível. Já a linha Grey exemplifica o conceito de terroir, feito pois a identidade de cada uva vem de blocos específicos dentro de determinado vinhedo da região do Alto Maipo, Casablanca e Apalta. Como de praxe por aqui, destacarei os vinhos que mais me agradaram.
O primeiro vinho que chamou minha atenção foi o Ventisquero Grey Syrah 2010. Este é um varietal feito com 100% de uvas Syrah do Vale do Colchágua cuja altitude tem aproximadamente 350 metros acima do nivel do mar. O vinho, após todo processo fermentativo, passa por 18 meses de barricas de carvalho das quais apenas cerca de 30% são de primeiro uso. Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade, com bom brilho e lágrimas finas, rápidas e coloridas. No nariz aromas de frutos vermelhos silvestres, pimenta e baunilha. Na boca um vinho de corpo médio para encorpado, boa acidez e taninos firmes mas prontos para serem consumidos. Final de média para longa duração. Belo Syrah de média gama este da Ventisquero.
E por fim, o outro vinho que chamou minha atenção, este meu preferido de longe: o Ventisquero Grey GCM 2012. Este vinho é um corte feito a partir das uvas Garnacha (grenache), Cariñena (Carignan) e Mataro (Mourvédre), ao melhor estilo Languedoc ou semelhante ao Rhone, na França. O vinho passar por ligeiro estágio de 6 meses em barricas de quinto uso, com o claro intuito de preservar a fruta. Na taça o vinho se mostrou de coloração violácea de média intensidade, bom brilho com lágrimas finas, rápidas e coloridas. No nariz o vinho apresentou notas de frutos vermelhos frescos, notas terrosas e de especiarias (pimentas). Na boca o vinho se mostrou de médio corpo, boa acidez com taninos macios e suaves. Final de média para longa duração. Um vinho delicioso, despretensioso e que deve ser daqueles cuja garrafa seca bem diante dos nossos olhos.
Grande oportunidade de conversar com o Nicolás, de conhecer alguns vinhos interessantes e de passear num sábado. Eu recomendo, caso não conheçam, que provem os vinhos chilenos da Viña Ventisquero citados acima, vale a prova.
Até o próximo!
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