Pablo Morandé é o nome de um dos mais famosos enólogos chilenos, sendo da nona geração da família Morandé, que manejava a viña em Peñaflor e da quinta geração dos Lavín e Urrutia, com extensos vinhedos no Maule. Vale lembrar ainda do pioneirismo de Don Pablo na descoberta do Vale do Casablanca em 1982, hoje ocupado por inúmeras vinícolas que contestaram à época o seu potencial vitícola, e da sua crença nos velhos vinhedos de Carignan chilenos do Vale do Maule. Depois de toda esta experiência vitícola, veio então a decisão de produzir vinhos com a família, os filhos Macarena, Piedad e Paul tornam-se profissionais em viticultura e enologia, culminando em 2008 com a criação da Bodegas RE.
O conceito por trás da Bodegas RE é o de se produzir vinhos de carácter único, baseado em REcriar, REinventar e REvelar vinhos ancestrais desde relatos bíblicos até vinhos produzidos pela família em antigas e belas ânforas de argila. REnascem os vinhos de Belleza. Assim sendo, preserva a história por trás das antigas ânforas da família ao mesmo tempo que demonstra que excelentes vinhos podem surgir se empregando técnicas ancestrais de produção dos mesmos. Desta maneira os vinhos são produzidos de maneira natural, se utilizando de leveduras indígenas e deixando o mosto em contato com as cascas dentro das "tinajas" (ânforas).
Já sobre o vinho em si, várias curiosidades. Por exemplo, o que é interessante é que este vinho vem de uma variedade de uva tinta, como a Pinot Noir, que é vinificada como rosé e posteriormente submetido a uma guarda oxidativa causada por uma vela de levedura, que o tornou incrivelmente rico e profundo. Mais do que isso, é uma raridade sobrevivente do terremoto de 2010 onde, ao contrário do que todos ao seu redor diziam, Pablo Morandé levou adiante o vinho, mesmo depois da quebra de muitas "tinajas" e do contato "excessivo" com o oxigênio. Depois disso tudo, acho que devemos falar sobre as impressões sobre o vinho, certo?
Na taça o vinho apresentou uma coloração âmbar com reflexos dourados, denso, viscoso e que parecia grudar nas paredes da taça.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos secos, mel, nozes, toques picantes e aquelas notas oxidativas, características do processo pelo qual o vinho passou. Enfim, é um vinho muito complexo e difícil de descrever aromaticamente.
Na boca o vinho se mostrou gordo, untuoso, preenchendo cada pedacinho do palato ao mesmo tempo que tinha uma acidez cativante. Embora tenha uma entrada "adocicada" o vinho é seco e confirma o olfato de maneira incrível. Tem um longo e delicioso final.
O que mais posso dizer? Um vinho instigante, cativante, interessante e incrivelmente complexo e difícil de se descrever, mas que é um deleite para quem gosta de vinhos e quer sempre elevar seu paladar a outro nível. Provei este vinho graças ao Barão, a quem agradeço demais. Bom para se beber em boas companhias (amigos e família, como foi o caso). Eu mais do que recomendo!
Até o próximo!
Victor bom dia, esse RE VELADO é o vinho Chileno que mais tenho vontade de provar. Tenho procurado, inclusive no Chile, e não consigo encontrá-lo. Onde conseguiu essa garrafa???!!!
ReplyDeleteAbraço,
Eugenio Oliveira
Eugênio, bom dia.
DeleteEu tive o prazer de degustar esta garrafa com amigos, e um deles foi quem a trouxe do Chile. Infelizmente creio que não poderei ajudá-lo.
Obrigado por ler e frequentar o blog. Espero que continue conosco.
Abraço!