Sexta feira cansativa, cidade caótica com manifestações, greves, confrontos, chuva e tudo para tornar um dia convencional em uma verdadeira maratona combinam com uma pizza e um bom vinho em casa, não é mesmo? E foi assim que demos início aos trabalhos numa sexta feira qualquer, sacando o telefone do disque-pizza e vasculhando a adega em busca de algo interessante. E foi assim que o Valmarino Cabernet Franc XIII 2008 saiu da adega e foi parar nas nossas taças.
A Vinícola Valmarino está localizada em Pinto Bandeira, distrito do município de Bento Gonçalves, em uma região também conhecida como vinhos de montanha, dada que a altitude média dos vinhedos está ao redor dos 700 metros acima do nivel do mar. Apesar de ter sido fundada por Orval Salton, neto de Antonio Domenico Salton, esta vinícola nada tem de relação com a gigante Salton, a não ser o sobrenome. Esta inclusive era uma confusão que eu fiz algumas vezes, e peço desculpas agora que conheço um pouco melhor sua história. O nome da vinícola, Valmarino, remete ao local de origem dos antepassados da família, em Treviso, na Itália. A vinícola tem uma linha mais simples de vinhos para o dia a dia em bag in box (Tre Fraddei) seguidos de vinhos varietais e uma linha reserva bem interessante.
Já falando sobre o vinho, o Valmarino Cabernet Franc XIII 2008 é da linha reserva e por ser considerado top da vinícola sempre foi alvo de minha curiosidade. Este vinho foi criado para comemorar os 13 anos da vinícola e é um deleite em boca, mesmo pra pessoas como eu, que como sabem não sou profundo conhecedor nem fanático pela uva. Elaborado portanto com 100% de uvas Cabernet Franc de vinhedos próprios, passou cerca de 17 meses em barricas (70% do vinho) e ainda algum tempo em garrafa antes de ser comercializado. Sem mais delongas, vamos ao que interessa, as impressões sobre o vinho.
Na taça o vinho apresentou rubi violácea de média intensidade, bom brilho com lágrimas finas, rápidas e quase incolores.
No nariz o vinho mostrou aromas de especiarias, frutos vermelhos e toques lácteos e herbáceos.
Na boca o vinho se mostrou encorpado e com taninos marcados, porém é equilibrado e com pouco álcool, o que o torna leve e fácil de beber também por sua agradável e refrescante acidez. Final de longa duração.
Mais uma prova de que os vinhos brasileiros podem apresentar qualidade aliada a preços competitivos. Fechou com chave de ouro o que tinha tudo pra ser um dia para ser apagado. Eu recomendo.
Até o próximo!
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