Estive afastado por um tempo daqui, e motivos não faltaram, mas a falta de matérias com certeza não é um deles. Eu tenho alguns posts prontos em minha cabeça, só preciso de tempo para coloca-los por aqui. E o post de hoje é um caso destes. Não irei repetir as desculpas ou os motivos pelos quais demorei a escrever sobre o Pérez Cruz Liguai 2007, nem tão pouco o por que ele foi escolhido. O que importa é falarmos sobre o vinho, não é mesmo? Vamos lá.
A Viña Pérez Cruz é considerada uma vinícola boutique por ter uma produção considerada de pequena para médio porte para os padrões chilenos e com uma curiosidade: quase não é conhecida em seu país de origem tendo focado a quase totalidade de sua produção para exportação. Sua história se inicia com a aquisição das terras onde hoje se encontram a vinícola por Don Pablo Pérez Zañartu, um empresário chileno muito conhecido, e posteriormente com a criação da vinícola por sua família após seu falecimento. Don Pablo nunca chegou a ver o projeto da vinícola funcionando já que esta teria sido fundada em 2002. Dada as condições do clima e de terreno do lugar (alguém lembrou do termo "terroir"), a Viña Pérez Cruz tem sua produção exclusivamente de vinhos tintos, tendo como grande estrela a casta Cabernet Sauvignon e depois a casta emblemática do Chile, a Carmenére. Podemos dividir seus vinhos em 3 linhas: a de entrada com um Cabernet mais básico, a intermediária com os varietais Limited Edition Malbec (lá chamado de côt), Carmenére, Syrah além do Chaski (Petit Verdot) e a linha top com os blends Liguai e o Quelén. A vinícola é muito moderna e sustentável, se utilizando das mais recentes técnicas relativas tanto a edificação da vinícola quanto a produção dos vinhos. O prédio da Viña Pérez Cruz é feito de madeira e tem o um formato de duas barricas juntas, com os telhados abaulados, de modo a facilitar a circulação do ar, fazendo com que a temperatura interna do prédio seja regulada e se mantenha amena com a subida do ar mais quente e menos denso, e mantendo o ar mais refrescado. Grande parte da movimentação do mosto/vinho é feita por gravidade desde o recebimento das uvas num andar mais superior até a fermentação nos tanques de inox e posterior malolática e envelhecimento em carvalho francês e americano.
Já sobre o vinho em questão, o Pérez Cruz Liguai 2007, podemos dizer que é um corte composto pelas uvas Syrah, Cabernet Sauvignon e Carmenére, sendo este o primeiro vinho top da casa. Passa ainda por 16 meses de maturação em carvalho francês. Atinge cerca de 15% de graduação alcoólica. Vamos as impressões?
Na taça o vinho, apesar de sua idade, apresentou ainda uma cor rubi violácea de grande intensidade, com algum brilho e quase nenhuma transparência. Lágrimas mais gordinhas, relativamente lentas e com muita cor também tingiam as paredes da taça.
No nariz o vinho apresentou aromas de aromas de frutos vermelhos maduros, pimenta, algo vegetal e chocolate/capuccino além de um ligeiro tostado no fundo de taça.
Na boca o vinho se mostrou encorpado, guloso, com taninos presentes e marcados, mas redondos e prontos para beber com uma boa acidez. Retrogosto confirma o olfato. Final de longa e deliciosa duração.
Eu sou suspeito pois gosto dos vinhos da Pérez Cruz, e acho que este aqui já está num nível acima dos demais falados até hoje por aqui. Já conhecia o vinho e por isso o comprei quando tive a oportunidade, o que só fez confirmar sua qualidade. Eu recomendo!
Até o próximo!
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