Como eu já havia dito por aqui anteriormente (aqui), a linha de vinhos Penedo Borges, da Otaviano Bodega & Viñedos, de Mendoza, na Argentina, completa 10 anos. E para comemorar a importante data, em parceria com a importadora Wine Lovers, o sócio brasileiro da Bodega, Euclides Penedo Borges (que dá nome à linha de vinhos), veio a São Paulo e ao Rio de Janeiro para um circuito de jantares harmonizados e palestras. Euclides Penedo Borges é um apaixonado por esse universo do vinho e professor-diretor da ABS-RJ. Estive presente no lançamento do evento, que aconteceu no Terraço Itália, no dia 27 de maio e vou comentar por aqui os vinhos que nos foram apresentados.
Primeiro, como de costume por aqui, um pouco de história. A Otaviano Bodega & Viñedos possui vinhedos situados a 1.050 mts acima do nivel do mar, ao pé da Cordilheira dos Andes, onde as amplitudes térmicas e a excelente insolação criam condições propícias para o cultivo de uvas viníferas e para a consequente produção de vinhos de qualidade. Mais precisamente, estamos falando do município de Luján de Cujo, conhecido como "a terra do Malbec", em Mendoza, Argentina. Concebida inicialmente com foco no mercado brasileiro, afinal é constituída de 5 sócios brasileiros, a Otaviano Bodega & Viñedos direciona atualmente 70% de sua produção para o Brasil, sendo que esta é comercializada em restaurantes e supermercados. O restante segue para Estados Unidos, México e Europa. A intenção da Bodega é expandir seus mercados, principalmente nos EUA. Possui basicamente 4 linhas de vinhos, começando pela linha Clássico, depois pela Reserva, Gran Reserva e finalmente o Ícono, top da Bodega.
Voltando ao evento que abriu o circuito de comemorações pelos 10 anos da linha Penedo Borges, fomos recebidos para um bate-papo e degustação por ninguém menos que o sócio-diretor Euclides Penedo Borges, diretor de enologia da Otaviano Bodegas & Viñedos, degustação essa que apresentaria os vinhos que mais tarde fariam parte do jantar harmonizado a quatro mãos que mais a frente falaremos sobre. Vamos as impressões sobre os vinhos?
Começamos o alegre e descontraído bate papo com o Espumante Brut Penedo Borges, um espumante produzido pelo método charmat e 100% de uvas Chardonnay. Com coloração amarelo palha e boa formação de perlage, fina e delicada, o vinho espumante apresentou também aromas de frutos cítricos e tropicais, toques de panificação e algo de mel ao fundo. Na boca é muito fresco e algo de cremoso. O retrogosto confirma as sensações olfativas e o final é de média duração mas muito saboroso e de muito frescor. Ajuda a limpar o paladar.
Depois partimos para a linha clássica com o Penedo Borges Sauvignon Blanc 2014. Um vinho jovem, sem passagem por madeira e 100% feito com uvas Sauvignon Blanc. É de uma coloração amarelo palha muito claro, reflexos verdeais. No nariz é clássico com maracujá, lima e algo de herbáceo. É menos cítrico que os hermanos chilenos e a acidez também não é tão agressiva, o que o torna leve e extremamente versátil. Ótimo para bebericar sem compromisso.
O terceiro vinho começou a deixar tudo um pouco mais sério, tratava-se do Penedo Borges Reserva Chardonnay 2013. Além de ser meu preferido entre os brancos, e possivelmente entre os vinhos apresentados, este vinho é 100% Chardonnay sendo que 30% do vinho passa 4 meses em barricas de carvalho francês e americano. O resultado é um vinho que apesar da coloração amarelo palha jovial, mas com tendencias ao dourado, demonstra boa complexidade aromática, passeando por frutas como abacaxi, pêssego além de mel, baunilha e fósforo. É untuoso em boca, sem perder o frescor e a fruta. Trás algo de mineral no final, que é longo e saboroso.
Entrando agora na área dos tintos, fomos então com o Penedo Borges Reserva Cabernet Sauvignon 2013, um vinho que embora seja rotulado como varietal (de acordo com a legislação local) recebe em seu corte final um toque de 10% de Syrah e passa por 8 meses de estágio em barricas de carvalho francês e americano. O resultado é um vinho de uma coloração violácea profunda e com um nariz recheado de frutas vermelhas, alcaçuz, couro e especiarias doces. Em boca tem corpo médio, boa acidez, taninos macios e redondos. Retrogosto confirma o olfato e o final é de longa duração.
Como não poderia deixar de ser, o encarregado para fechar a degustação foi o Penedo Borges Ícono 2012. Vinho de topo de gama da vinícola, também leva em sua produção pequenas proporções de Petit Verdot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. É claro que o resultado dá um vinho complexo, de coloração violácea muito profundo e escura, aromas de frutos vermelhos e escuros muito maduros, toques florais, chocolate, café e algo de mentolado. Em boca é grande, encorpado, com boa acidez e taninos sedosos. Retrogosto confirma o olfato e o final é longo e saboroso. Talvez junto ao Chardonnay, meu preferido da noite também.
Em seguida, passamos ao jantar harmonizado a quatro mãos, pelo chef Pasquale Mancini do próprio Terraço Itália e pelo chef da Bodega Otaviano, o mendocino Jesus Cahiza, que veio ao Brasil especialmente para a semana de eventos. Entre os destaques, um gostoso risotto de frutos do mar e o cordeiro com redução de vinho escoltado pelo curioso acompanhamento chamado humita, prato este de origem mendocina que é quase um purê de milho com cenoura e abóbora, temperado com alho, pimentão e manjericão em seu tempero.
Em resumo, bons vinhos, uma aula apaixonante do grande Euclides Penedo Borges, show de simpatia das meninas da Wine Lovers, da assessoria de imprensa Le Comunica, boa comida e uma vista deslumbrante. Precisava dizer mais?
Até o próximo!
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