Um passeio em família que culmina com um belo almoço, merece sempre o bom e o melhor. E, imbuído desta missão, procurei um lugar que apresentasse um comida que nos confortasse, um ambiente que nos acolhesse e que coubesse no bolso. Foi ai que descobri a
Pasquale Cantina, no coração do bairro boêmio da Vila Madalena, zona Oeste de São Paulo. Afinal era por ali que aproveitávamos que era feriado e a cidade estava mais vazia e menos tumultuada para fazer um pouco de turismo em São Paulo.
A Pasquale Cantina é um dos restaurantes em São Paulo certificados pelo "Ospitalità Italiana", cujo objetivo é avaliar a hospitalidade e a tradição italiana, sendo que os requisitos para a certificação englobam desde a presença de, ao menos, um funcionário fluente em italiano até a proposta gastronômica, que deve conter pratos e vinhos da tradição do país e serem elaborados com produtos comprovadamente de origem italiana. E isso não é difícil para o Sr. Pasquale Nigro, dono do lugar, e sua origem lá na Puglia. Tendo suas portas abertas em 2001, a cantina se viu obrigada a diversas expansões ao longo do tempo, dada a fama que se abateu por lá. Entretanto, conseguiu ao longo destas mudanças, manter as tradições e o bom atendimento do passado, aliado a um ambiente rústico e sem formalidades. O único por menor é que como existem ambiente abertos, não existe ar condicionado e em dias mais quentes, pode ser um problema. Existe ainda por lá uma bela seleção de antepastos e entradinhas caseiras que valem conhecer. Além disso, o lugar funciona também como um empório, onde você pode comprar massas frescas, molhos prontos, antepastos, vinhos e acessórios.
Os pratos que pedimos estavam dentro de uma seleção "mais vendidos" do cardápio, e não decepcionaram. Eu optei pelo famoso Pene à “Pérola Negra” (molho a base de tomate picado, mozarella de búfala, alho, azeitonas pretas, pancetta, manjericão e pecorino romano), simplesmente perfeito, rústico nos sabores, que eram harmônicos entre si e com a massa al dente, exatamente como eu gosto. Já minha esposa foi no tradicional “Spaghetti à Carbonara” que também não decepciona e você pode ainda, alternar entre a pancetta e o bacon para compor seu molho. Por fim, minha filha foi de Orecchiette à Caprese, com bastante mozarella de búfala, manjericão e tomate cereja numa massa que parecem pequenas conchinhas, cozidas a perfeição.
Uma refeição destas não poderia deixar de contar com um belo vinho para acompanhar. E a escolha recaiu sobre o
Montessu IGT 2010. Este vinho é produzido pela
Agricola Punica, uma joint venture entre
Sebastiano Rosa, o homem por trás do vinho Sassicaia, a
Cantina de Santadi, a
Tenuta San Guido,
Antonello Pilloni presidente da Santadi e do lendário enólogo
Giacomo Tachis. Em 2002, a
Agricola Punica comprou uma terra de 170 hectares dividida em duas propriedades:
Barrua e
Narcao, situadas na zona sudoeste da Sardenha, em uma área conhecia como "
Sulcis Meridionale". As vinhas situadas em
Barrua e
Narcao caracterizam-se por 15 hectares de Carignano, plantados em 1990 e 50 hectares de novas plantações de Carignano, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Os solos são muito profundos e rochosos, com uma boa parcela de argila. A
Agricola Punica produz dois vinhos com base na uva Carignano,
Barrua e
Montessu ambos
IGT Isola dei Nuragui, nome que remete às torres antigas de pedra construídas por nuraghes que habitaram esta ilha do período neolítico até 238 AC, quando a Sardenha passou a fazer parte do Império Romano.
Sobre o Montessu IGT 2010, podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir de uvas Carignano, Syrah, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot. Passa ainda por amadurecimento e envelhecimento em barricas de carvalho francês durante 15 meses. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou uma coloração rubi de média para grande intensidade com ligeiro halo granada nas bordas. Algum brilho, boa limpidez e lágrimas finas, rápidas e sem cor.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos negros, café com leite, alcaçuz, especiarias, chá preto e algo mentolado também.
Na boca o vinho era encorpado, taninos marcados, rústicos mas de boa qualidade e uma gulosa acidez. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e marcante.
Uma bela refeição e um belo vinho italiano para fechar um passeio em família de maneira magistral. Eu recomendo a prova, da cantina e do vinho. Quem ainda não foi, deve ir . Penso que não se arrependerá.
Até o próximo!