A família Manz mudou-se para a pacata vila de Cheleiros, Oeste de Portugal, em 2004 e rapidamente se apaixonou pelas pessoas e pelo local. O passado vitivinícola da região, de paisagem campestre e costumes perdidos, depressa cativou André Manz que, com o auxílio e conselhos dos locais, decidiu experimentar produzir vinho para consumo próprio. Praticamente esquecidas no pomar adquirido, repleto de uva tinta Castelões, existiam cerca de 200 cepas de uva branca, de uma casta que nem os jovens enólogos envolvidos no projeto conseguiam identificar. Descoberta a sua origem e nome – Jampal – André foi desaconselhado a prosseguir com a sua produção. Os motivos residiam na restante oferta, em abundância, e na fraca rentabilidade em larga escala de Jampal – motivo pelo qual estava quase extinta no país. Mas o objetivo do produtor estreante não seria o de produzir em quantidade: “Eu não quero fazer muito vinho, quero fazer bom vinho”, explicou. O resultado foi surpreendente: o seu vinho era diferente de tudo o que se havia provado até então, constituindo uma oportunidade de negócio inesperada e o mote para a produção de outras castas portuguesas tintas mais antigas, assim como para a exploração de vinhas nas regiões nobres do Alto Douro e Palmela.
Sobre o Manz Douro Tinto 2010, podemos ainda afirmar que é um vinho feito a partir de um corte das uvas Touriga Nacional e Tinta Roriz (50% cada) com Maturação e estágio de 20 meses em depósito de inox e sem passagem por madeira. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou coloração violácea de média para grande intensidade com bom brilho e boa limpidez. Lágrimas finas, rápidas e sem coloração também faziam parte do conjunto visual.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos em compota, notas florais e algo de especiarias.
Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.
Mais um bom vinho português degustado por aqui, que é uma boa opção em sua faixa de preço. Eu recomendo a prova.
Até o próximo!
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