Temos visto nos últimos tempos o emprego de diversas novas tecnologias e métodos para a produção de vinhos mas, nem sempre o estado da arte tecnológico é o que faz um bom vinho. Um bom exemplo disso é que, depois de muito tempo utilizando inox e barricas novas de madeira para envelhecimento para alguns vinhos, muitas vinícolas ao redor do mundo, e principalmente no velho mundo, voltaram a usar tanques de cimento e receptáculos de argila para esta tarefa, por exemplo. Me parece que a "moda" agora é utilizar o fundo do oceano para tal tarefa. Embora ainda não tenhamos um histórico sobre a ação do fundo do mar no envelhecimento dos vinhos, algumas situação advindas deste processo fazem algum sentido: a temperatura mais amena e controlada no fundo do oceano, a quase que total ausência de luminosidade dada a profundidade que se utiliza, a pressão que existe nas profundidades e alguns outros pormenores.
E olha só que bacana, uma vinícola nacional, a Miolo, também vai fazer uso de tal recurso. Para celebrar o sucesso de vendas do espumante Miolo Cuvée Tradition Brut em terras francesas, o Grupo Miolo aposta em sistema único de envelhecimento e estabilização do produto: a imersão de garrafas em caves submarinas.
Há pouco mais de dois meses, um lote do espumante celebrado no mercado externo foi imerso no mar da província de Bretagne, no Atlântico Norte, na França. Toda a operação foi realizada em caves submarinas, criando condições ideais, não apenas para envelhecer, mas também para conferir características singulares aos vinhos submetidos a este processo. Estrategicamente mergulhadas na ilha de Ouessant, na região conhecida como Baie du Stiff, as garrafas do Miolo Cuvée Tradition Brut estão em contato com as temperaturas do mar (entre 11 e 13 °C) e do ar (de 8 a 10 °C), além de receberem as influências benéficas da constante e suave agitação marítima. As garrafas do Miolo Cuvée Tradition Brut estão dispostas horizontalmente em container especial e repousarão durante um ano na cave submersa. Os espumantes serão retirados do mar em novembro deste ano e comercializados no Brasil e na França em uma edição especial.
Vale ressaltar que o Miolo Cuvée Tradition Brut é elaborado no Vale dos Vinhedos (RS) com uvas Chardonnay e Pinot Noir pelo Método Tradicional (com a segunda fermentação na própria garrafa). O que será que podemos esperar desta técnica para o futuro e será que o mercado nacional irá aderir a esta nova "técnica"? Sintam-se a vontade de deixar suas opiniões nos comentários do blog.
Até o próximo!
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