A quarta edição da “International Wine Show” - tradicional evento de degustação de vinhos de todo o mundo - aconteceu no último mês de julho no Centro de Convenções Frei Caneca, na capital paulista. No total foram mais de 40 expositores participantes e cerca de 270 rótulos de vinhos de mais de 120 vinícolas, diversos deles premiados pelos melhores guias de vinhos do mundo, dentro os quais podemos destacar as importadoras e vinícolas: Adega Alentejana, Barrinhas, Bodega, Bruck, Calix, Cantu, Casa Flora, Casa Perini, Casa Valduga, Caves Santa Cruz, Chandon, Decanter, Devinum, Don Bonifacio, Epice, Galeria dos Vinhos, Inovini, Interfood, Italia Mais, KMM, La Charbonnade, La Pastina, Lidio Carraro, Lusovini, Miolo, Mistral, Mr. T, Obra Prima, Orion, Portus, Premium Drink, Qualimpor, RGB Importadora, Santar, Sogrape, Terra Vinis, TW Vinhos, VCT, Vinci, Vinícola Aurora, Winebrands, Worldwine, Zahil e Vina Carmen.
Vale ressaltar aqui que, para um evento deste porte (com o número de expositores mais público visitante), a organização foi impecável. O local era amplo, com uma boa disposição entre os expositores, pontos de aperitivos, água e locais de "descanso". Porém, a grande sacada da organização este ano foi atender a um pedido recorrente de jornalistas e formadores de opinião: a abertura antecipada em uma hora para que este público especializado pudesse ter acesso aos importadores/produtores ainda com a possibilidade de se conversar com mais calma e atenção dos mesmos. E funcionou muito bem. Além disso, durante o evento, os vinhos degustados estavam a preços promocionais e muito convidativos.
Convenhamos que, devido ao porte e número de rótulos a se degustar, fica um tanto quanto difícil falar sobre todos eles e, assim sendo (além de respeitar o mote do blog de não se tornar repetitivo/cansativo) optamos por selecionar alguns poucos rótulos para falar sobre. Acompanhem conosco nas próximas linhas.
O primeiro vinho que venho a destacar é o Inconsciente Tempranillo Blanco 2015, produzido pela Bodegas Mateos e trazido ao Brasil pela Importadora Bodegas de Los Andes. Este vinho era um lançamento na feira e me chamou a atenção justamente por ser vinificado em branco a partir de uma casta tinta. Feito em Rioja, na Espanha, o vinho passa pelo processo de leve esmagamento dos bagos a fim de se obter seu suco e pouco após o término deste processo, as cascas e outros agentes "corantes" são removidos a fim de se manter o mosto "branco". É feita então a fermentação e após o processo, o vinho permanece sobre as leveduras por 6 meses em tanques de inox. Finalmente o vinho é engarrafado e liberado ao mercado. Como resultado obtêm-se um vinho de cor amarelo dourada com reflexos verdeais, límpido e com bom brilho. No nariz, o vinho trouxe aromas de frutos tropicais e algo de frutos cítricos, toques minerais e florais. Na boca o corpo era médio e a acidez muito boa com o retrogosto confirmando o olfato. Um bom vinho e uma ótima surpresa, sem dúvidas.
O próximo vinho que iremos destacar é o Léon Perdigal Côtes du Rhone 2015, um tradicional corte de uvas da região do Rhône (Grenache, Syrah, Cinsault, Carignan e Mourvèdre) cultivadas em quatro diferentes zonas dentro da região. O vinho é produzido e nomeado em homenagem a um famoso toneleiro da região de Ogier. Não tem passagem por madeira o que nos dá como resultado um vinho de coloração violácea de média intensidade com bom brilho e limpidez. No nariz o vinho trouxe aromas de frutos vermelhos e especiarias (pimenta preta em destaque). Na boca, corpo médio e boa acidez criam um bom conjunto com os taninos suaves. Um vinho considerado de entrada mas que surpreende pela qualidade. É trazido ao Brasil pela Épice.
Por fim, gostaria de falar dos vinhos Toscanos do tenor Andrea Bocelli. Flutuando entre algumas das regiões mais famosas da Toscana (Chiantti, Bolgheri, Morellino) por quase 3 séculos, o tenor e sua família tem produzido vinhos da mais alta gama e espalhado um pouco da cultura italiana pelo mundo. Aqui destaco dois vinhos, o Bocelli Chianti DOCG e o Bocelli Tenor Red IGT. O primeiro é um blend de 80% Sangiovese e 20% Merlot com passagem em inox e concreto para amadurecimento. Trás muita tipicidade nos aromas com frutos vermelhos, flores, especiarias e algo de chocolate. Já o segundo é um vinho feito a partir de um corte de partes iguais de Cabernet Sauvignon (Bolgheri), Sangiovese e Merlot (Morellino) sendo que cerca de 10% do mosto amadurece em barris de carvalho francês por 8 meses. Com isso temos um vinho mais encorpado, denso com aromas de frutos escuros, especiarias, café com leite e leve tostado. Dois baita vinhos que representam bem o estilo toscano de fazer vinhos. São trazidos ao Brasil pela importadora Itália Mais.
Mais um belo evento que pudemos registrar e onde tivemos oportunidade de provar muitos vinhos, da mais variada gama de preços, tipos e origens. Mal podemos aguardar o ano que vem. Se você, caríssimo leitor, participou do evento e quer compartilhar suas experiências, fique a vontade e utilize o espaço de comentários ao final deste post.
Até o próximo!