No início do mês de Agosto tivemos o prazer de participar de mais um evento promovido pela Wines of Chile em conjunto com a CH2A Comunicação, aqui em Sampa. O 7º Tasting Wines of Chile em São Paulo, um dos principais eventos de vinho realizados no Brasil, tinha como mote “Love wine love Chile” e versava sobre a qualidade e a diversidade presente nos vinhos vindos de lá, uma vez que o Chile tem uma vasta extensão territorial no sentido norte-sul, mesmo que a leste-oeste seja bem estreita, o que acarreta numa grande variedade de terroirs a serem explorados, dadas condições climáticas, ambientais e geográficas que mudam constantemente ao longo deste território. Além disso, a presença da Cordilheira dos Andes de um lado e o Oceano Pacífico de outro também ajudam a criar lugares muito específicos e únicos para o cultivo de vinhas de diversas cepas. Além dos fatos listados acima, vale ressaltar que o Brasil é quase uma "menina dos olhos" para o Chile no quesito importação de vinhos.
Abrindo a programação tivemos acesso a uma Masterclass exclusiva para profissionais, imprensa e correlatos com o título "Vinhos do Chile: Qualidade e Diversidade". A degustação foi conduzida pelo especialista Jorge Lucki e contou com a presença dos enólogos e representantes das vinícolas que integraram a degustação. Encerrando a Masterclass, o chef chileno Matías Palomo fez um cooking show inspirado em Pablo Neruda. Foram degustados 11 vinhos durante a masterclass e para não tornar maçante este post, vou destacar alguns vinhos que de alguma forma chamaram minha atenção durante a "aula".
Primeiro vou falar do vinho que provavelmente mais me chamou a atenção, pela raridade e pela história da uva que compõe o mesmo, a uva César. Estou falando do Limited Release Sucesor Romano 2015, produzido pela Casa Donoso que é trazida ao Brasil pela BEV Group. A uva César (também conhecida como Romain) é originária da Borgonha, mas mesmo por lá, foi esquecida e está restrita a poucas regiões/vinhos. Seu nome faz referência ao Imperador Romano de mesmo nome, uma vez que a variedade nasceu quando existia domínio romano na região. Focando um pouco no vinho em si, o mesmo é um corte de 85% de uva César e 15% de uva Carignan (Vale do Maipo) com passagem de 12 meses em barricas francesas. Como resultado temos um vinho que trás aromas de frutos negros maduros, leve toque de especiarias e algo que me trouxe lembrança de mineralidade. Na boca era duro, rústico com uma boa acidez e um corpo orbitando entre o leve e o médio. A meu ver, um vinho para ser consumido com comida, diferente e muito bom.
Por fim, vou falar de um vinho que me chamou a atenção por ser de uma uva que, apesar de ser a uva símbolo do Chile, é ainda muito criticada por trazer vinhos de qualidade duvidosa. No caso do Casa Silva Carmenére Microterroir de los Lingues 2011, me parece que acertaram a mão. Como o próprio nome já diz, o vinho é produzido por uma das gigantes do Chile, a Casa Silva, e é trazido ao Brasil pela Vinhos do Mundo. Este é um vinho feito 100% com uvas Carmenére com passagem de 12 meses em barricas de carvalho francês. Como resultado temos um vinho com aromas de frutas negras maduras, tabaco, café mocha, especiarias e leve toque herbáceo. Um vinho muito bem feito e sem arestas.
É claro que tanto a Masterclass quanto o Tasting em si trouxeram muitos outros vinhos e outras descobertas, mas para não me tornar repetitivo, trouxe o que eu achei mais interessante. Espero que tenham gostado. E se você esteve no evento e quer agregar com informações, sinta-se a vontade de usar o espaço dos comentários.
Até o próximo!
No comments:
Post a Comment