Falar da José Maria da Fonseca, produtora do vinho de hoje, é um tanto quanto difícil dado seu tamanho, importância e história no mundo do vinho de Portugal. Para se ter uma ideia, a empresa foi fundada em 1834 e a sua marca mais famosa de vinhos, a Periquita, lançada ainda em 1850. Nem mesmo a morte do fundador, o Sr. José Maria da Fonseca ainda em 1884, fez com que seu legado se perdesse e a família assumiu a empresa, desde então. A partir daí, diversas novas marcas e produtos foram lançados tanto no mercado português como também nos mercados internacionais (o Brasil incluído). Hoje é um dos líderes nas áreas da produção e comercialização de vinhos de mesa e generosos, encontrando-se as suas marcas presentes em mais de 70 países, possuindo mais de 30 marcas, distribuídas por vinhos de mesa, generosos e licorosos, e por cinco regiões: Península de Setúbal, Alentejo, Douro, Dão e Vinhos Verdes.
Situada em Azeitão, perto de Setúbal, a Quinta de Camarate foi adquirida por Antonio Soares Franco Jr. em 1914 e é hoje propriedade dos irmãos António e Domingos Soares Franco, os proprietários da José Maria da Fonseca. Esta quinta tem uma área de 120ha, 39 dos quais estão plantados com vinhas. A restante parte é utilizada para pasto das ovelhas que dão origem ao famoso queijo de Azeitão. As vinhas da Quinta de Camarate estão plantadas em solos argilocalcários, localizados no sopé da Serra da Arrábida. Nesta propriedade foram plantadas, para além das castas destinadas à produção de vinho, castas portuguesas e estrangeiras, que constituem a coleção ampelográfica da José Maria da Fonseca com mais de 560 castas. Com a replantação das vinhas iniciada em 1994 e a introdução de novas castas, foi possível modernizar o estilo dos vinhos lá produzidos.
Falando agora do Quinta de Camarate Tinto 2014, podemos afirmar que o vinho é feito a partir de um corte das castas Touriga Nacional (48%), Castelão (30%), Aragonês (17%) e Cabernet Sauvingon (5%) sem passagem por madeira. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou coloração rubi violácea de grande intensidade, bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e quase incolores se faziam notar.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, flores, especiarias, toques mentolados e de ervas.
Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos macios. O retrogosto confirma o olfato e o final era de média duração.
Mais uma boa opção de vinho para o dia a dia trazido pelo Pão de Açúcar e que tende agradar os paladares dos iniciantes e dos mais experientes, por que não? Eu recomendo a prova.
Até o próximo!
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