No dia de ontem foi comemorado, especialmente nos Estados Unidos, o Halloween, mais comumente conhecido por aqui como "Dia das Bruxas". Originalmente uma tradição atribuída ao povo Celta (embora não haja uma confirmação sobre isso), foi nos Estados Unidos que a comemoração tomou o formato que vemos hoje, com fantasias, doces e travessuras, cultos aos mortos, terror (aqui entende-se como suspense, sustos, monstros, etc.), abóboras e afins tornando-se uma festa de mescla de tradições. Já no México temos a celebração do "Dia de Los Muertos" (Dia dos Mortos), que se inicia no dia 31 também mas que perdura até o dia 2 de Novembro (que coincide com o dia de finados, que celebramos por aqui). É durante esta festa mexicana que crianças e adultos se juntam para beber, cantar, dançar, se fantasiar e enfim, celebrar dias de alegria para receber as almas dos mortos que em teoria voltariam para visitar seus entes queridos. Resolvi que este ano iria aderir a comemoração mexicana e, enquanto minha filha se deleitava com a brincadeira baseada na comoração americana, tomei o vinho mexicano Santo Tomás Barbera - Merlot Tinta México 2011.
O vinho é produzido pela Bodegas de Santo Tomás, bodega esta que tem origem intrinsecamente ligada a missões dominicanas que começaram a chegar na Califórnia nos anos de 1697, como por exemplo, a missão de São Tomás de Aquino, que foi fundada em 1791. Em 1888, Francisco Andonegui e Miguel Ormart fundaram a Bodegas de Santo Tomás e desenvolveram, além da variedade da Missão que havia chegado no final do século 18, ramos de variedades espanholas como Valdepeñas, Palomino e Rosa del Perú. Em 1932, Abelardo Rodríguez comprou a propriedade fazendo o primeiro engarrafamento em 1939 (a primeira planta de engarrafamento é exibida no local). Com uma grande variedade de uvas, em 1988 sob o cuidado do vinicultor Hugo D Acosta, a produção de 300 mil caixas por ano é reduzida para 30 mil, garantindo alta qualidade. A Bodegas de Santo Tomás é atualmente uma empresa dinâmica que comemora 118 anos de vida e sua história continua agora a cargo de Santiago Cosío Pando, fortalecendo e intensificando a imagem do vinho como forma de vida. A empresa produz uma grande variedade de vinhos: Merlot, Cabernet Sauvignon e Chardonnay, entre outros. Hoje, a empresa está comprometida com seu passado, seu presente e seu futuro, é uma empresa histórica.
Falando agora especificamente sobre o Santo Tomás Barbera - Merlot Tinta México 2011, podemos ainda afirmar que o vinho é um blend das uvas Barbera e Merlot com passagem por doze meses em barris de carvalho francês novos, para amadurecimento. Vamos finalmente as impressões?
Na taça o vinho apresentou rubi violácea de média intensidade com halo granada. Lágrimas finas, rápidas e quase sem coloração também se faziam notar.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos maduros, ervas, terrosos e algo de tostado.
Na boca o vinho apresentou corpo médio, boa acidez e taninos fininhos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.
Um bom achado e uma boa surpresa de um vinho vindo do México, muito bem feito, sem qualquer ponto que possa desqualificá-lo. Foi bem num rodízio de pizza. Veio na mala, diretamente do México. Eu recomendo a prova.
Até o próximo!
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