Estava eu na última aula do curso de sommellerie, curiosamente tratando de américa do sul, quando surgiu o assunto “vinícola boutique”. Nem me lembro ao certo o por que deste assunto ter vindo a tona mas ele me fez pensar: o que realmente é uma vinícola boutique? Evidentemente o tamanho da produção desta vinícola geralmente é um dos fatores principais neste conceito, mas se compararmos então as vinícolas boutique do novo mundo, notadamente Argentina e Chile por exemplo, com as do velho mundo, Borgonha por exemplo, veremos uma enorme diferença no tamanho das propriedades e da produção anual destas vinícolas dentro de um mesmo conceito. Então fui atrás de algumas outras características que possam ajudar a definir este conceito.
Normalmente um item levado em conta para a formação do conceito de vinícola boutique diz respeito ao charme que ela possui em ser gerenciada normalmente por uma família, mesmo que através de gerações, ou seja, normalmente não existem muitos empregados que não os membros da família do(a) dono(a) da vinícola. E por família muitas vezes entenda o pé da letra mesmo, ou seja, parentes diretos como pais e filhos, que executam todas as tarefas da vinícola.
Outra característica para esta definição é que normalmente estas vinícolas focam sua produção em vinhos mais complexos, deixando de lado os vinhos considerados mais fáceis de beber. Evidentemente este foco está no cliente que já tem algum conhecimento de vinhos e procura sempre exandir seus paladares além de buscarem vinhos mais complexos e que desafiem seu paladar. Além disso, seus vinhos normalmente expressam uma paixão do produtor por seus vinhos.
Interessante também é a história de que muitas vinícolas boutique do velho mundo não possuem negociadores/importadores/distribuidores e normalmente só vendem seus vinhos na própria propriedade ou através do boca a boca na região em que se encontram. Ou seja, você só ira provar seus vinhos se estiver passando pela região ou agendar uma visita na propriedade.
Uma outra curiosidade que eu consegui identificar nestas vinícolas boutique é que normalmente estas vinícolas trabalham com uma ou outra casta que não é muito comum na região e/ou país. Um exemplo seria a Lidia Carraro, que tem seu varietal Teroldego e a Dom Cândido com seu varietal Marselan, no Brasil.
Evidentemente devem existir outras características que construam a definição de vinícola boutique porém estas foram as que eu consegui elencar. Que tal se vocês leitores me ajudassem e elencassem nos comentários outras características de uma vinícola boutique? Conto com sua ajuda!!
Que tal ser de produção verdadeiramente limitada, ou seja, que identifique quantas garrafas têm em uma determinada partida/safra/lote e numere as garrafas?
ReplyDeleteE que tenha uma apelo de exclusividade em todos os vinhos, e nao apenas nos ícones, lugar comum de várias vinícolas que se consideram boutiques mas nao levam isto a cabo.....
É bem verdade, todos estes aspectos listados por você também diferenciam uma vinícola boutique da moda que vem se formando em torno do nome.
ReplyDeleteObrigado pela visita!
Sds.
Parabéns pelo post.
ReplyDeleteSobre os vinhos de boutique, eu poderia indicar a Vinícola Enos.
São vinhos muito bons, com produção de apenas 1000 garrafas numeradas e com produção nacional.
Segue o site, para quem se interessar pelo assunto: https://www.vinhosdeboutique.com.br
Olá, obrigado pelas palavras e pela dica deixada a mim e a meus leitores.
DeleteContinuem conosco.
Abraços,
Victor