Provavelmente você que já tem alguma intimidade com o mundo vitivinícola e seus termos já deve ter ouvido estas palavras. De um modo simplório poderíamos dizer que estes “flying winemakers” seriam enólogos consultores que apenas supervisionariam algumas etapas do processo de vinificação em mais de uma vinícola em diferentes partes do planeta, sem criar qualquer vínculo emocional ou profissional com as mesmas. Mas aonde tal termo surgiu? Como funciona isto exatamente? Assim como vocês eu também não tinha (ou não tenho) muito conhecimento a respeito e como esta pequena discussão se iniciou ontem em minha aula do curso de sommellerie, resolvi compartilhar com meus leitores as informação que eu pude levantar.
O termo “flying winemakers” teria surgido com o advento da enologia moderna na Austrália, quando alguns de seus enólogos formados no país diante das mais modernas técnicas de cultivo e vinificação se aproveitavam do fato de que seu outono ser quase seis meses a frente do mesmo período no hemisfério sul e iam para os países do velho mundo principalmente com o intuito de aplicarem suas técnicas até então inovadoras como consultores, tendo algum sucesso melhorando a qualidade e produtividade de alguns vinhos, como no sul da França, por exemplo.
Evidentemente um dos fatores preponderantes para o sucesso desta empreitada se baseia no fato do nível de desenvolvimento da aviação comercial moderna também, que possibilita que uma pessoa cruze do Japão ao Brasil, por exemplo, em 24 horas. A idéia então era de que mais do que trocar experiências e idéias por emails, telefone, fax ou qualquer outro meio de comunicação, o enólogo possa estar presente em determinados pontos críticos do processo de vinificação, mais do que isso, o enólogo pode sentir na pele as dificuldades enfrentadas em determinada safra.
Como uma consequência deste tipo de relação, jovens enólogos (principalmente) constroem um portfólio de experiências, conhecimentos e networking antes de se estabelecer e trabalhar por sua própria conta em algo que seja realmente seu. Além disso faz todo sentido economicamente falando que toda esta experiência de alto nível seja aplicada em diversas partes do mundo, como consequência óbvia de um mundo de investimentos mais globalizado.
Uma das críticas no entanto a esta relação dos “flying winemakers” com as vinícolas em diversas partes do planeta é que se cria um movimento de padronização de estilos nos vinhos produzidos, em contrapartida a todo um conceito de valorização do terroir, das uvas, da influência ou não do enólogo e assim por diante que fora criado principalmente no Velho Mundo, conceito este que tende a ser retomado com a plantação de uvas autóctones de cada região, menor e melhor utilização de carvalho e por ai a fora.
E para você leitor, afinal o que é um flying winemaker? Qual sua importância na vinicultura atual? Deixem seus comentários e opiniões, elas são muito importantes pra mim!
Até o próximo!
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