Na recente edição da revista Decanter, existe uma entrevista com o famoso enólogo francês Michel Chapoutier, onde sem quaisquer papas na lingua ou receio de atingir colegas de produção, ele desdenha e contesta a linha de produção de vinhos naturais e expõe de maneira dura qual sua opinião sobre o assunto. Por não ser profundo conhecedor do assunto, transcrevo parte da entrevista e matéria da revista, deixando aos leitores que enriqueçam a discussão e se possível, esclareçam os pontos levantados por Chapoutier.
"O renomado produtor do Rhone, Michel Chapoutier, contribuiu para o debate a cerca do vinho natural, chamando os enólogos naturais de hippies fora de época que fazem vinhos com defeitos. Entrevistado na edição atual da Decanter, Chapoutier diz que a prática de vinificação natural - ou seja, sem utilizar o dióxido de enxofre para estabilizar os vinhos - é um golpe. "É uma enganação. É lixo. É como fazer vinagre, e vinagre ruim. Como alguém pode permitir leveduras tóxicas a se desenvolverem de modo a crescerem e habitarem o vinho? Além disso, o produtor, que também faz vinho na Austrália, Portugal e Alsácia, considera aqueles que seguem tais práticas, "hippies de outro mundo".
"É extraordinário que as pessoas defendam produtos com defeitos, alegando que no passado os produtores estavam fazendo vinhos com defeitos, de modo que é bom, ou natural. Os vinhos velhos tinham defeitos porque as pessoas não tinham as ferramentas e meios para não fazer vinhos livres de defeitos. "
A vinificação natural tem uma longa história de atração de pontos de vista ferozmente opostos. Em uma coluna recente na Decanter, Andrew Jefford sugeriu que, embora o método poderia produzir uma "paisagem de aroma e sabor" inimagináveis, também beira o "charlatanismo". Nenhum enólogo, ele argumentou, "deve cruzar os braços ... e olhar com retidão para o teto enquanto os seus vinhos tendem a se deteriorar por pura negligência."
Em outro artigo em uma edição anterior de Decanter , Isabelle Legeron, uma "evangelista" para os vinhos naturais e fundadora da Feira do Vinho Natural, apontou como"bizarra" nós questionarmos as credenciais naturais da nossa comida mas sermos felizes bebendo vinho que é efetivamente processado. "Nós celebramos o não pasteurizado, o fedorento Epoisses por sua singularidade, e suco de maçã fresca para sua turbidez e ainda insistimos em vinho que é estéril e consistente", diz ela."
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