Para quem achava que a única surpresa da degustação de segunda feira seria o Toro Loco (vide post anterior), continue lendo, se surpreenda e veja que não foi só isso. Nosso anfitrião da noite, o João Clemente da Vino & Sapore, ainda nos brindaria com dois tesouros vindos diretamente de Portugal. Confesso que não sabia muito o que esperar destes tesouros, afinal ainda sou um iniciante na arte de apreciar tais iguarias. Mas confesso que foram momentos de êxtase!
Créditos da foto para o Evandro, do blog Confraria 2 Panas |
O primeiro tesouro apresentado na noite foi um vinho do porto, o Fonseca Guimaraens Porto Vintage 1995. Como já contei por aqui uma vez, vinhos do Porto são vinhos fortificados e possuem um método peculiar de produção (relembrem aqui). Em adição a esta explicação temos um porto vintage, ou seja, é a classificação mais alta que pode ser atribuída a um vinho do Porto, sendo considerado um Vintage o vinho do Porto obtido da colheita de um só ano, e é uma denominação atribuída apenas em anos considerados de excepcional qualidade. Sofrem um envelhecimento em casco por um período máximo de dois anos e meio, sendo posteriormente envelhecidos em garrafa. O seu potencial de envelhecimento é enorme sendo por isso recomendável a sua guarda por um período nunca inferior a 3 a 4 anos em garrafa. Este vinho deve-se tomar só depois das refeições e pequenas quantidades. Vamos as impressões.
Na taça um vinho de coloração violácea ainda muito intensa tendo em vista sua idade, com ligeiro halo de evolução nas bordas. Lágrimas finas, lentas e com pouca cor também faziam parte do conjunto visual.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutas escuras e vermelhas, notas de mel, café e toques de madeira. Tudo muito delicado e harmonioso entre si.
Na boca o vinho mostrou ser bem encorpado, untuoso, álcool quase imperceptível (apesar do elevado grau alcoólico), acidez ainda em excelente forma e aquele toque tânico sem exageros. Retrogosto frutado e com toques de mel num final longo e delicioso.
E é claro que a combinação com o segundo tesouro, o Queijo da Serra da Estrela da Quinta da Lagoa, não poderia ser melhor. O queijo com aquele seu sabor mais forte e ligeiramente mais salgado tem em toda volta uma casca mais grossa e forte e dentro um queijo extremamente cremoso, com toda sua intensidade que combinou perfeitamente com o vinho e todo seu vigor, ainda que já tivesse uma certa idade. Fizeram um belo casal! E assim nos despedíamos de uma degustação que ficará marcada na memória dos participantes, com certeza.
Até o próximo!
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