Já faz um tempo que eu tenho voltado os olhos para os vinhos sul africanos e sua grande vocação no quesito custo benefício, além é claro da existência da Pinotage, que na minha humilde opinião faz vinhos muito bacanas, carnudos e potentes sem aquele apelo de suco de madeira existente em alguns dos vinhos de nosso hermanitos. De qualquer forma este é mais um exemplo de que estes vinhos ainda devem ser mais explorados, quando pensamos em colocar nosso suado dinheiro em vinhos importados.
Eu confesso que não conhecia este produtor mas como obtive muitas boas indicações sobre o mesmo, resolvi arriscar. A vinícola está situada próxima a cidade do Cabo, na fazenda da família Dreyer, que a adquiriu em meados dos anos 80, sendo que a plantação de vinhas teve início no final da década de 90 com as primeiras mudas de Cabernet Sauvignon. Passado este primeiro estágio, ano após ano mudas de vinhas de diversas variedades foram sendo acrescentadas criando o que hoje já se encontra em torno de 68 ha de vinhas plantadas. A proximidade do oceano e também de terrenos elevados/montanhas criam um ambiente deveras propicio para o cultivo de uvas de qualidade e o empenho dos enólogos trazem gratas surpresas.
Falando um pouco do vinho, o mesmo é feito num corte de 45% Cabernet Sauvignon, 15% Cabernet Franc,15% Merlot, 14% Pinotage 7% Malbec, 4% Petit Verdot e é maturado em carvalho francês por 12 meses, sendo que o engarrafamento aconteceu em junho do ano seguinte. Vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma cor rubi já tendendo ao granada, com leve halo aquoso. Lágrimas finas, rápidas e incolores completavam o conjunto visual.
No nariz o vinho mostrou-se evoluído e complexo, abrindo com aromas de frutos escuros, especiarias, passando depois a notas balsâmicas e toques animais. Quanto mais tempo o vinho permanecia aberto e na taça, mais você conseguia extrair de aromas.
Na boca o vinho se mostrou de corpo médio para encorpado, taninos macios e redondos com uma acidez ainda viva, mostrando que o vinho aguentou bem o tempo em garrafa. Retrogosto trazendo lembrança das especiarias e frutos num final de média para longa duração.
Agradeço ao João Filipe da Vino& Sapore e ao Beto Acherboim pela indicação, afinal foi por causa deles que eu comprei o vinho. Valeu muito a pena, ainda mais que estava em promoção por volta de R$ 67,00. Eu pretendo provar outras safras e outros vinhos do produtor. Eu recomendo!
Até o próximo!
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