Continuando com os trabalhos no El Carajo, em determinado momento fui "convidado" a escolher o próximo vinho da noite e como não gostaria de baixar o nível da brincadeira mas eu queria também mostrar que aqui pelos lados da América do Sul se faziam bons vinhos, fui para as prateleiras de Argentina e Chile para ver o que encontrava. E me deparei com o Achaval Ferrer Quimera 2010, aclamado por estes lados com um dos bons vinhos que saem da Argentina e resolvi nele apostar.
A Achaval Ferrer foi fundada em 1998 no distrito de Perdriel, região de Luján de Cuyo (província de Mendoza), por seis amigos sonhadores e apaixonados por vinho. A direção técnica é assinada por um enólogo italiano que é especialista em pequenas produções de alta qualidade. Apesar de muito jovem, a Achaval Ferrer já é considerada uma das melhores vinícolas das Américas. Suas propriedades estão localizadas na província de Mendoza entre 700 e 1.100 metros acima do nível do mar. Esta região oferece condições privilegiadas de solo, clima e irrigação, ideais para o cultivo da uva Malbec. A grande amplitude térmica (dias quentes e noites frias), o clima desértico, a má composição do solo e das águas de irrigação do degelo intocada fora dos Andes incentivam o processo de maturação das uvas, que se convertem em vinhos com caráter, profunda estrutura e complexidade. Sua primeira colheita se deu em 1999 e desde então, com muito trabalho e dedicação, grandes vinhos dali saíram.
Vista da vinícola, retirado do próprio site da mesma. |
O vinho em destaque é um blend de 40% de uvas Malbec (vinhas velhas) de Medrano e de Luján de Cuyo, 22% de Merlot de Tupungato, 20% de Cabernet Sauvignon (também de vinhas velhas) de Medrano e de Tupungato, 14% de Cabernet Franc de Tupungato e 4% de Petit Verdot. Após a fermentação em tanques, o vinho passou por um processo de fermentação malolática e envelhecimento em barricas francesas, 40% novas e 60% de primeiro uso por aproximadamente um ano. Atinge um total de 14% de graduação alcoólica. Vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma bonita cor violácea profunda e bem escura, quase sem transparência e com pouco brilho. Lágrimas finas, rápidas e coloridas ajudavam a tingir as paredes da taça.
No nariz o vinho mostrou aromas de frutos negros, flores, especiarias,toques de tabaco e animal e um leve tostado ao fundo de taça. Muita complexidade aromática e muitas nuances na taça. Confesso que tive até um pouco de dificuldade de identificar os aromas.
Na boca o vinho mostrou ser encorpado, com boa acidez e taninos marcados e firmes, mas redondos e de excelente qualidade. Retrogosto confirma o olfato principalmente com os frutos negros e especiarias além de uma lembrança de chocolate amargo. Final de longa duração.
E era mais um grande vinho que ia pra conta. E a América do Sul encontrou um desafiante a altura para a noite que ainda não havia chegado ao fim.
Até o próximo!
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