O natal e o final de ano invariavelmente acabam se tornando uma perdição de comilança e as vezes é necessário em um dia no meio de tudo isso buscarmos alternativas mais leves para balancearmos nossas refeições sem esquecer, é claro, da qualidade e do prazer que esta refeição deve proporcionar. E foi exatamente pensando nisso que resolvemos nos preparar uma bela massa (vinda diretamente da Itália) com tomates cereja, abobrinha refogada com chalotas e queijo fresco despedaçado além é claro da salsa trufada. Embora não precisássemos de mais nada, resolvemos ainda incluir um peixinho a milanesa (filés de tilápia) para acompanhamento. E é claro que precisávamos de um vinho, e o escolhido foi este Riesling Spätlese Feinherb 2012.
Foto dos vinhedos da propriedade, retiradas do site do produtor. |
A Alemanha é o país com vinhedos mais ao norte dentre o grupo da Europa Central, possuindo um clima frio que marca sua produção de vinhos com características próprias. Historicamente a Alemanha sempre produziu vinhos brancos, devido à melhor adaptação das uvas brancas ao seu verão curto que impede a maturação de uvas tintas, com exceção da Pinot Noir – localmente chamada Spätburgunder – e algumas outras, que amadurecem precocemente. Entretanto, nos últimos 10 anos, os produtores de algumas regiões vêm retomando a produção de tintos, que havia sido praticamente abandonada por várias décadas. A leitura dos rótulos de seus vinhos pode ser bem confusa existindo muitas informações que não são muito utilizadas pelo consumidor em geral como, por exemplo, o nome do produtor, região, comuna, safra e nome da uva. Entretanto existe uma informação que considero uma das mais importantes para eles, que é a categorização dos vinhos baseados no estado em que a uva é colhida e que definem a qualidade/padrão do tipo de vinho.
O vinho em questão é classificado como Spätlese, que quer dizer que o vinho é de colheita tardia, sendo que as uvas utilizadas em sua produção são colhidas no mínimo sete dias ou mais após a colheita principal, contendo grande conteúdo de açúcar. São vinhos intensos e concentrados em versões doce ou seco. Além disso, o mesmo é oriundo da região de Pfalz, uma das regiões mais secas e ensolaradas da Alemanha. O produtor em questão, Weingut Heinz Pfaffmann, é de grande tradição é prestígio na região. Sua história data ainda do século 17. Vamos as impressões.
Na taça o vinho apresentou uma bonita cor dourada com reflexos ligeiramente verdeais com muito brilho, lágrimas finas e sem cor.
No nariz aromas de frutos tropicais como pêssego e lembranças de mel e especiarias.
Na boca um vinho untuoso, excelente acidez contrastando com um ligeiro dulçor inicial. Retrogosto confirma o olfato e trás também um toque mineral (aspecto salgado) no final, que é de longa duração.
Um belo vinho, com muita qualidade e de excelente custo benefício (custou cerca de 45 dinheiros) e entregou o quanto custou. Escortou bem a comida e trouxe alegrias e frescor a uma noite destas, quente e entre festas. Eu recomendo.
Até o próximo!
Ps.: Usei como fontes de pesquisa os sites: Sonoma, Academia do Vinho e o site do produtor.
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