Tuesday, October 21, 2014

Masterclass "Colchagua e seus clássicos": Vinhos chilenos em destaque!

No último dia 14 de Outubro aconteceu a Masterclass "Colchagua e seus clássicos", feita em parceria entre a CH2A Comunicação e a associação Viñas de Colchagua, conduzida pelo enólogo Mário Geisse e com a participação de 12 enólogos-chefes das vinícolas que integram o grupo, a saber: Bisquertt, Casa Silva, Lapostolle, Los Vascos, Luis Felipe Edwards, Montes, MontGras, Viña Santa Cruz, Santa Helena, Santa Rita, Viña Siegel, Viu Manent e Viña Ventisquero.


Venho observando os movimentos que os profissionais do mundo do vinho do Chile, sejam associações, viticultores, bodegas e mesmo a mídia tem feito em relação aos vinhos de lá e chego a conclusão de que o país que melhor tem trabalhado o marketing e a divulgação de seus vinhos (ao menos por aqui), tem sido o Chile. São diversas ações, durante todo o ano, que envolvem desde enólogos, imprensa, enófilos e consumidores finais nos mesmos ambientes, fazendo com que o vinho chileno, de uma maneira ou de outra, fique literalmente "na boca" de todo mundo.


O Vale do Colchágua é uma região bastante privilegiada no Chile, se encontra basicamente no centro do país e se estende desde a Cordilheira dos Andes até o Oceano Pacífico, num vale bem definido. Tem um clima privilegiado, estável e seco mesmo em épocas mais chuvosas em outras regiões do país, gerando condições ideais para as uvas se desenvolverem até seu ápice. A região é famosa por seus vinhos tintos e notem, mais elegantes e equilibrados do que a pouco víamos por ai (extração, estrutura, álcool, etc.). Entre Cabernets, Carmenéres e Merlots, hoje ainda encontramos bons Syrahs e para surpresa geral, lindos Malbec. Sim, estão peitando nossos hermanos argentinos também! Vamos ver o que o painel nos mostrou?


Siegel Unique Selection 2010: Corte de 45% de Cabernet Sauvignon, 35% de Carmenere e 20% de Syrah, este tinto passa por 12 meses de carvalho. Cor violácea de média intensidade e lágrimas coloridas. Aromas que lembram frutos pretos, especiarias, baunilha e um toque herbáceo. Taninos firmes, boa acidez e um final longo e picante. Algum amargor final. Me pareceu um pouco verde ainda, tende a evoluir em garrafa.


Casa Silva Microterroir Carmenere 2007: Este um vinho 100% Carmenere de Los Lingues, um terroir "recente" e que tem sido explorado pelos viticultores chilenos com sucesso. Passagem de 12 meses em madeira. Aspecto violáceo de grande intensidade com lágrimas muito coloridas. Aromas de frutos vermelhos, chocolate e leve toque herbáceo. Em boca é muito fresco, taninos finos e bom corpo. Final de média duração. Este mais pronto que o anterior, mais do meu agrado.


Doña Bernarda 2009: Top da Vinícola Luis Felipe Edwards, teste vinho é um corte de 58% de Cabernet Sauvignon com 15% de Syrah, 22% de Carmenere e 5% de Petit Verdot. Rubi violáceo de grande intensidade, pouco sinal de evolução. Aromas de frutos pretos, toques florais e de pimenta. Boa acidez, taninos bem integrados e encorpado. Final longo e saboroso. Baita vinho.


Viu 1 2007: Topo de gama da Viu Manent, este vinho é um varietal (por legislação) formado por 94% de Malbec e 6% de Petit Verdot. Passa por longos 22 meses em carvalho. Cor rubi violácea de média para grande intensidade quase sem halo evolutivo. Aromas de frutos escuros, tabaco, florais e especiarias. Acidez ainda viva e em bom tom, bom corpo e taninos sedosos e macios. Final longo e delicioso. Outro grande vinho.


Pangea 2009: Esse também de alta gama, desta vez da Viña Ventisqueiro é um varietal 100% Syrah com passagem de 20 meses em barricas e mais 18 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Rubi violáceo de média intensidade. Aromas de frutos vermelhos, especiarias, minerais e baunilha. Boa acidez, taninos finos e bom corpo. Um pouco "quente" de início. Final de média duração. Belo Syrah sem dúvida.

Montes Alpha M 2006: É um corte de 80% de Cabernet Sauvignon, 10% de Cabernet Franc, 5% de Merlot e 5% de Petit Verdot com passagem de 18 meses em barricas e 2 anos em garrafa antes de ir ao mercado. Este vinho já apresentou evolução na cor, rubi com grande tendência granada e halo evolutivo. Frutos vermelhos, especiarias, herbáceo e tostado são aromas sentidos. Bom frescor aliado a taninos finos e bem integrados e bem encorpado. Final longo e saboroso. Outro grande tinto.


Pehuén 2008: Outro vinho de alta gama, desta vez da Viña Santa Rita, feito a partir de 90% de uvas Carmenére e 10% Syrah com passagem de 18 meses em barricas. Cor violácea de grande intensidade e com lágrimas coloridas. Aromas de goiabada, figo, lácteo e canela. Na boca é fresco, tem taninos finos e um final de curto para média duração. Poderia ter um pouco mais de comprimento neste final mas é outro bom vinho.

Clos Apalta Lapostolle 2009: Corte composto de 78% de uvas Carmenére, 19% de Cabernet Sauvignon e 3& de Petit Verdot com passagem de 24 meses em barricas. Rubi violáceo de média para grande intensidade. Aromas de frutos vermelhos, cheese cake, canela, herbáceo e baunilha. Corpo médio, boa aciedez e taninos ainda bem marcados, talvez um pouco verdes ainda. Final de média duração. Precisa de um pouco mais de tempo em garrafa. Deve evoluir bem.


Montgras Ninquén 2007: Este vinho é um corte de 65% de Syrah com 35% de Cabernet Sauvignon passagem de 19 meses em barricas. Cor rubi violácea de média para grande intensidade. Aromas de frutos vermelhos, especiarias, mentol e toques herbáceos. Boa acidez e bom corpo com taninos finos e granulados. Vinho pronto e muito saboroso.

Le Dix 2009: Alta gama da Vinícola Los Vascos, este vinho possui em sua composição 85% de Cabernet Sauvignon, 10% de Carmenére e 5% de Syrah com passagem de 18 meses em barricas. Cor rubi de média para grande intensidade. Aromas de frutos vermelhos, baunilha, queijo e especiarias. Muito fresco com taninos finos e um corpo médio. Final com um quê meio curto. Elegante e austero.


Tralca 2010: Vinho da Viña Bisquertt com uma composição de 65% de Cabernet Sauvignon com 31% de Carmenére e 4% de Syrah com passagem em barricas que costuma variar de 18 a 24 meses. Cor violácea de grande intensidade com lágrimas coloridas e sem halo. Aromas de frutos vermelhos, especiarias, chocolate e leves notas herbáceas. Possui boa acidez, bom corpo e taninos finos. Um pouco quente de início mas a sensação alcoólica diminui com o tempo. Final de curto para médio. Talvez um pouco verde ainda, precise de mais tempo em garrafa.

Santa Cruz Reserva Especial Petit Verdot 2010: Vinho com 90% de uvas Petit Verdot com 10% de Carmenére e passagem de 24 meses em barricas. Violáceo profundo e brilhante. Aromas de frutos vermelhos, especiarias, floral e chocolate. Bem fresco e com taninos bastante firmes aliados a um bom corpo. Possui final médio. Austero e moderno, agradou bastante. 

O que mais dizer de um painel como este? Só vinho topo de gama, mostrando as mais diferentes variações e composições. Diversidade seria a palavra pra descreve-lo. Mais um show de organização e condução. Segundo Mario Geisse,  a intenção é repetir ano que vem. Que assim seja.

Até o próximo!

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