É mais uma vez aquela época do mês em que os enoblogueiros espalhados por este Brasil (e mundo) afora se unirem em mais uma degustação virtual, a já conhecida por aqui #CBE - Confraria Brasileira de Enoblogs. Neste mês a gente teve que escolher um "vinho branco brasileiro de qualquer valor", tema do mês de Outubro da CBE que ficou a cargo da Ju Gonçalves do blog Vou de Vinho. Sendo assim, como diz o velho ditado "recordar é viver", busquei na minha adega um vinho que trouxe de minha última viagem ao Vale dos Vinhedos e que coincidentemente estava esperando uma boa ocasião para beber. O vinho? Foi o Angheben Gewürztraminer 2012.
A história da Vinícola Angheben é bem bacana e curiosa. Explico. O seu Idalêncio Angheben, fundador da vinícola, trabalhou por 20 anos na Chandon, famosa fabricante de vinhos espumantes, mas que em determinado momento da vida, decidiu que queria prosseguir com um negócio que pudesse chamar de seu, fundando assim em 1999 a Vinícola Angheben. A vinícola não possui vinhedos próprios, pois entenderam que no momento a prestação de assessoria em vinhedos de terceiros traria maior vantagem e tempo/investimento dedicados a elaboração dos vinhos, com a ajuda de seu filho, Eduardo Angheben. Há controvérsias, mas me parece que no caso específico da Angheben a decisão fora acertada, dada a qualidade dos vinhos por lá produzidos. Aliando técnicas modernas de enologia com produções limitadas e de alta qualidade além do uso moderado e consciente da madeira (em média de 4 a 6 meses) os resultados demonstrados tem sido excelentes lembrando em muitas ocasiões mais vinhos do velho mundo do que do novo mundo.
Sobre o Angheben Gewürztraminer 2012, é um vinho elaborado unicamente de uvas da variedade Gewürztraminer. provenientes de Encruzilhada do Sul, onde encontrou condições muito boas para seu crescimento e desenvolvimento pleno. Não passa por barricas e tem 13% de volume alcoólico. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou uma bonita cor amarelo palha com reflexos dourados, boa transparência e ótimo brilho. Lágrimas finas, rápidas e incolores também se faziam presentes na taça.
No nariz o vinho mostrou aromas de frutos como lichia, fósforo, toques florais e ligeira picância.
Na boca o vinho apresentou corpo médio e ótimo frescor. Retrogosto confirma o olfato e o final era de média para longa duração.
Um belo vinho branco nacional sem sombra de dúvidas, como tudo que a Vinícola Angheben faz. Mais uma vez cumprimos o desafio mensal da CBE, um pouco atrasados é verdade, mas cumprimos. Eu recomendo.
Até o próximo!
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