Como não poderíamos deixar de falar, tivemos também muitos vinhos bons de nossos vizinhos Chile, Argentina, Uruguay e assim por diante. Mas uma Bodega em especial, através da dica de um amigo, me surpreendeu e muito pela elegância de seus vinhos e por fugir da vala comum dos vinhos smilares em preços e procedência que encontramos deles por aqui, que foi a Bodega Condeminal.
A origem da Bodega Condeminal remete a França, onde surgiu a família Condeminal. Mais precisamente, falamos do Beaujolais com Alfred Condeminal, proprietário do castelo Belleverne e que produziu alguns dos célebres vinhos por lá, como o "Le Moulin à Vent". Sua filha, Chantal Vielle- Condeminal, agora vive em San Jose, Tupungato, no Vale do Uco, Província de Mendoza, Argentina. Os vinhos são produzidos na própria Bodega Condeminal, com um clima excepcional e vinhedos situados a 1.300 metros acima do nível do mar. Foram criadas duas linhas de vinhos, referindo-se a uma tradição da campanha argentina, que é o uso de Poncho, uma espécie de roupa de lã que protege a pessoa contra o frio, vento ou chuva. O Poncho pode ter diferentes desenhos e cores, de acordo com a sua origem. Para a linha de entrada da vinícola, o poncho "Pampa" foi escolhido porque é o mais utilizado na campanha ao passo que para os vinhos "Premium" foi escolhido o poncho "de llama", um animal que vive no norte do país, que produz uma lã fina e elegante.
Na Expovinis eu provei toda a linha deles mas como o espaço é pequeno e não quero criar textos maçantes, vou destacar três vinhos da linha "Premium" deles, dada a elegância que os mesmos apresentaram. Vamos a eles?
O primeiro vinho degustado e comentado é o Poncho de Llama Chardonnay 2012, um vinho 100% Chardonnay do Vale do Uco com 50% do vinho passando 10 meses em barricas francesas e os outros 50% em tanques de inox. Um vinho interessantíssimo, com coloração amarelo tendendo ao dourado e aromas que lembram frutos cítricos e tropicais, mel, baunilha e toques minerais. Na boca é untuoso e fresco, reforça o carácter mineral e tem um final longo e saboroso. Vale conhecer.
Passamos depois ao Poncho de Llama Malbec 2012, um vinho também 100% feito a partir de uvas Malbec de Tupungato com com 50% do vinho passando 12 meses em barricas francesas e os outros 50% em tanques de inox. Vinho de coloração violácea de boa intensidade, brilho e limpidez. Aromas de frutos vermelhos, floral e leve toque mentolado. Na boca tem corpo médio, acidez cativante e taninos macios. Não é uma bomba alcoólica ou extraído em excesso, demonstrando elegância e sutileza nos aromas e na boca. Agrada em cheio por não ser pesado e/ou enjoativo.
E por fim o vinho que mais gostei, que foi o Poncho de Llama Cabernet Sauvignon 2012, um vinho feito com 100% de uvas Cabernet Sauvignon do Vale do Uco e que também tem 50% do vinho estagiando 12 meses em barricas francesas e os outros 50% em tanques de inox. Coloração violácea de grande intensidade, brilho e limpidez característicos. Aromas de frutos escuros, especiarias, chocolate e algo de mineral. Na boca é encorpado (sem exageros), taninos presentes com excelente qualidade e acidez na medida. Não possui amargor ou sensação verde ao final. Elegância ímpar! Sem dúvida, o melhor dos três.
E quer saber qual é a pior parte disso tudo? Eles ainda NÃO tem importador no Brasil. Segundo o pessoal presente na feira, esta linha tem preço orbitando em torno dos 7 dólares na Bodega. Eu recomendo a prova e apostaria nos mesmos para trazer ao Brasil. Alguma importadora disposta?
Até o próximo!
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