Em busca do prazer que o vinho e uma boa comida pode nos proporcionar, fui buscar um vinho de uma país que, apesar de ser um dos maiores produtores, tenho provado pouca coisa, que é a França. Muito se deve ao fato de que é mais complicado desenrolar bons vinhos a preços competitivos no nosso mercado. mas dia desses fiquei sabendo de um importadora, a de la Croix vinhos, que trás muita coisa boa e a preços interessantes. Fui lá com um objetivo: encontrar um vinho da região de Côtes du Rhône de um bom custo benefício para uma brincadeira de harmonização em casa. E eis que cheguei ao Les Chèvrefeuilles 2013.
O vinho é produzido pelo Domaine de la Réméjeanne, que se encontra situado num ambiente natural exuberante, perto da cidade de Bagnols-sur-Cèze. Em 1960, os pais de Remy Klein se mudaram de volta para a França, vindos da Tunísia, e compraram uma pequena propriedade de 5 hectares em La Réméjeanne. Pouco a pouco, os vinhedos foram se expandindo e eles começam a engarrafar seu próprio vinho em 1975. Remy Klein assumiu os negócios em 1988 e continuou os expandindo também para oliveiras e figueiras, mantendo entretanto o foco no trabalho artesanal, tradicional e autêntico, gerando vinhos que expressam o terroir em sua plenitude. Atualmente a propriedade compreende 38 hectares de vinhas, 2 hectares de oliveiras e 0,5 hectares de figueiras. Os vinhos Côtes-du-Rhône são produzidos principalmente nas encostas orientais (Sol Nascente), entretanto, os Côtes-du-Rhône Villages são produzidos nas encostas orientais do Sul (mais quentes). Em 2007 foi iniciado o processo de conversão para agricultura orgânica, sendo que a propriedade foi certificada em meados de 2010. Em 2012, todos vinhos engarrafados já são certificados.
Sobre o Les Chèvrefeuilles 2013 podemos acrescentar ainda que é um blend de 70% Syrah, 10% Grenache,10% Mourvèdre, 5% Carignan e 5% Marselan. Segundo o produtor, somente a variedade Carignan passa por um processo de maceração carbonica. Depois de feita toda fermentação, o vinho é envelhecido em tonéis de madeira por cerca de 12 meses. Vale ressaltar que o vinho não tem adição de sulfitos e passa por leve filtração. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou uma bonita coloração violácea de média para grande intensidade, algum brilho e alguma limpidez. Lágrimas finas, lentas, em pouca quantidade e coloridas se faziam notar também.
No nariz o vinho mostrou aromas de frutos vermelhos e escuros e algo de grafite. Ao fundo, toques de mentolado.
Na boca o vinho tinha corpo médio, boa acidez e taninos finos e granulares. Retrogosto confirma o olfato e ressalta um toque mineral. Final de média duração.
A brincadeira de harmonização ficou por conta de maminha assada na cama de sal grosso com batatas rústicas e, particularmente, gostei do que aconteceu. Não houve competição entre prato e vinho, mas também não houve a mítica criação de um terceiro sabor. Ambos se complementaram bem. O vinho também pode ser consumido por si só pelo carácter mais frutado sem se tornar pesado. Eu recomendo a prova.
Até o próximo!