Hoje vou falar de um vinho que eu tenho muito carinho e que, vez ou outra, já provei por mais de uma vez e não sei ao certo o por que ele ainda não se encontrava neste blog. A questão é que este foi um dos primeiros vinhos que provei quando comecei a entender minimamente sobre esta deliciosa bebida de Bacco e que eu considero um vinho certeiro no quesito qualidade. Veja, não estou comparando com nenhum outro vinho ou com qualquer escola vinícola ao redor do mundo e simplesmente dizendo que é um vinho bem feito e que me trás conforto. Sem maiores delongas, vamos ver o que podemos falar sobre a vinícola e sobre o vinho?
A tradição vinícola da Família Rutini começa no início do século XIX, em Le Marche, Itália, quando Francisco Rutini produzia e vendia vinhos artesanais entre os seus vizinhos de Ascoli Piceno. Mais tarde, seu único filho, Felipe Rutini, emigrou para a Argentina para continuar a tradição da família e legado. Foi em Coquimbito, uma pequena, mas próspero distrito de Maipú, na província de Mendoza, que Felipe começou seu projeto Rutini: a Bodega La Rural. Don Felipe continuou a desenvolver vinhedos em Maipú e, em seguida, expandir suas operações nas áreas de Los Corralitos (Guaymallén) e Medrano (Rivadavia). Esta expansão duplicou a capacidade que tinha até então. Após a sua morte, em 1919, seus filhos estão no comando do projeto. A família Rutini foi uma das pioneiras a se envolver com plantações de vinhas em Tupungato, no coração do Valle de Uco, em 1925. Naquela época, Tupungato nada mais era do que uma parada na estrada que levava às montanhas mendocinas. Hoje, 90 anos após a epopeia da família Rutini a Tupungato, o lugar é sem dúvida uma das regiões vinícolas mais famosas de Mendoza e da Argentina. Em outubro de 2008 a construção da nova adega no Vale do Uco começou. No final de fevereiro de 2009, o batismo das instalações foi realizada com a chegada das primeiras uvas. No total, a Rutini Wines (nome utilizado pelo empreendimento atualmente) tem uma propriedade de 385 hectares de vinhedos, todos em um intervalo de altitude de 1050 a 1250 metros. As linhas "Rutini" e "Trumpeter" são produzidas exclusivamente na adega de Tupungato. Já em La Rural, sua adega inicial em Coquimibito, Maipú, produz todas as outras marcas da família: San Felipe, La Vuelta, Pequeña Vasija, entre outras, focadas principalmente no mercado argentino.
Finalmente, sobre o Rutini Cabernet Malbec 2013 podemos ainda acrescentar que é um vinho feito a partir de um corte 50% - 50% de Cabernet Sauvignon e Malbec oriundas de Tupungato e La Consulta, respectivamente, ambos em San Carlos, Mendoza. Tem passagem de 12 meses em madeira, 50% em barricas novas de carvalho francês e 50% em barricas novas de carvalho americano. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade, bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e levemente coloridas também se faziam notar.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos vermelhos maduros, flores, especiarias, baunilha e leve tostado ao fundo.
Na boca o vinho tinha corpo médio +, taninos sedosos e acidez na medida. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e saboroso.
O vinho foi consumido no Outback, acompanhando uma bela costelinha suína ao molho barbecue, que aliás, é um dos meus pratos preferidos. A untuosidade da gordura da carne aliada a certa picância do molho fizeram jus a robustez do vinho. Eu recomendo a prova.
Até o próximo!
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