A febre portuguesa se abateu sobre este blog vejam só vocês. Foi só fazer minha viagem dos sonhos para a "terrinha" que aflorou de vez toda minha paixão pelos vinhos vindos de lá. Ainda mais agora que sou oficialmente cidadão português. Mas isto é estória para uma próxima oportunidade. Hoje focaremos no vinho Lenda de Dona Maria Tinto 2014 e todas as surpresas que este nos trouxe.
Há aproximadamente 150 anos que se produz vinho na Quinta de Dona Maria, mas somente a partir de 1988 é que o seu atual proprietário, Júlio Bastos, começa a comercialização a nível nacional e internacional dos vinhos então produzidos por lá. Em 1992, Júlio Bastos, pretendendo assegurar o seu crescimento e, ao mesmo tempo, o escoamento da produção, vende 50% da Sociedade Agrícola Quinta do Carmo aos Domaines Barons de Rothschild (Lafite). É nessa altura que a antiga adega é transferida da Quinta de Dona Maria ou Quinta do Carmo para a Herdade das Carvalhas, propriedade essa que, a partir dessa data passou a pertencer à Sociedade. Nunca tendo deixado de pensar em voltar a fazer o seu próprio vinho, foi na entrada do novo milênio que surgiu essa oportunidade. Júlio Bastos decide então vender a sua participação na Sociedade Agrícola Quinta do Carmo, e recomeça este novo projeto, os vinhos Dona Maria. Em 2003 faz-se a primeira vindima de uma nova etapa na longa vida desta Quinta, cujo conceito, é a produção de vinhos de qualidade aliado a um projeto familiar, que sempre distinguiu esta propriedade ao longo dos tempos.
O Lenda de Dona Maria Tinto 2014 pode ser considerado como vinho de entrada de gama desta quinta, mas vou te dizer, se a entrada é assim nem imagino como devem ser os outros vinhos. É um vinho feito a partir das castas tradicionais do Alentejo, a saber: Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet com um pequeno estágio de 3 meses em barricas de carvalho francês e americano para amadurecimento. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou coloração violácea de grande intensidade com bom brilho e limpidez. Lágrimas finas, rápidas e coloridas também se faziam presentes.
No nariz o vinho apresentou aromas de frutos escuros, flores e toques de chocolate.
Na boca o vinho era de médio corpo, boa acidez e taninos redondos. O retrogosto confirma o olfato e o final era de longa duração.
Mais um bom vinho português provado por aqui, custou cerca de 50 reais no Pão de Açúcar e valeu o quanto custa, pra fugir dos manjados chilenos e argentinos que inundam nosso mercado. Eu recomendo a prova.
Até o próximo!