Ontem tive uma experiência muito legal com um vinho e não poderia deixar de compartilha-la aqui com vocês. Nós enófilos sempre compramos mais vinhos do que consumimos e, vez ou outra, esquecemos uma garrafa no fundo da adega por algum tempo e quando os reencontramos, sempre bate aquele medo de que o vinho já tenha passado do ponto. Mas para nossa felicidade, o exemplo que trago aqui é de uma grata surpresa. Hoje falaremos do Casa Marin Miramar Vineyard Riesling 2008.
Antes, falemos um pouco sobre o produtor para relembrar. A famosa vinícola chilena Casa Marin na Provincia de San Antonio, com vinhedos muitos próximos ao oceano pacífico. A história da vinícola começa com o sonho de sua fundadora, proprietária e enóloga: María Luz Marín. Nada descreve melhor a vinícola do que a história desta mulher que lutou arduamente para criar uma vinha inovadora que expressa nos seus vinhos finos e exclusivos o único terroir de Lo Abarca. Marilú sempre quis estabelecer sua vinícola em Lo Abarca, mas teve que enfrentar muitos desafios antes de ser capaz de alcançá-lo devido ao clima extremo, falta de água e às dúvidas de seus pares no setor. Apesar de todas essas dificuldades, em 2000, Marilú tornou-se a única mulher a ser a proprietária fundadora e enóloga de um vinhedo na América do Sul. Conseguindo isso, criando uma empresa cujos vinhos foram reconhecidos e premiados internacionalmente, ajudando a posicionar o Chile como produtor de vinhos finos de alta qualidade e alto valor de mercado.
Falando novamente sobre o Casa Marin Miramar Vineyard Riesling 2008, podemos ainda acrescentar que o mesmo é feito com uvas 100% Riesling colhidas no vinhedo chamado Miramar, no Vale do Santo Antonio no Chile. Possui 12,5% de grau alcoólico e não passa por madeira. Vamos as impressões?
Na taça o vinho apresentou uma coloração amarelo palha com reflexos dourados de média intensidade. Lágrimas finas, rápidas e incolores também fazem parte do aspecto visual.
No nariz o vinho apresentou aromas lembrando parafina, flores brancas e frutos de polpa branca bem maduros. Toques de manteiga também se faziam notar com mais tempo na taça. Todos estes aromas muito bem misturados e se alternando na taça. Um verdadeiro perfume engarrafado.
Na boca foi onde o vinho mais me surpreendeu. No alto dos seus 11 anos de idade, manteve uma acidez deliciosa e que fazia salivar a cada gole, muito viva e acachapante. Corpo médio. O retrogosto confirma o olfato e o final era longo e saboroso.
Como o mundo do vinho é delicioso, não acham? Eu não esperava que um vinho branco fosse se apresentar tão bem com 11 anos. Se tiverem uma garrafa por ai, provem e depois se puderem, compartilhem suas impressões comigo, eu ficarei imensamente grato. Eu recomendo a prova.
Até o próximo!